Para os mais eruditos ou os que gostam de buscar palavras diferentes no dicionário, aquele ato de usar os lábios e dar uma bitoca na bochecha é chamado de ósculo.

Embora não seja o Dia dos Namorados e nem o mês dos “pombinhos”, o dia 13 de abril é reservado para um dos gestos mais gostosos e amorosos que alguém pode receber ou dar.

Sim, o beijo tem sua comemoração própria. Mas, obviamente, não dá para ficar carente nos outros 364 dias de umas beijocas.

Que ele é a expressão máxima dos casais apaixonados, dos parentes estimados e dos colegas considerados, é sabido!

Dentro do amor, o beijo é um dos momentos de auge existencial.

No entanto, o que a diz a ciência, ou melhor, quais são os prós e contras na sua adoção ou prática? É bom mesmo ou tem contraindicações?

Definição

De acordo com a Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional, o beijo é a “expressão de afeto fundamental para fortalecer e manter os laços”.

Já a Universidade Estadual do Arizona (EUA) diz que o beijo é uma demonstração de afeto e carinho. Ainda dentro do universo emocional, ele ajuda na autoestima, na resolução de problemas psicológicos e promove o relaxamento. E de quebra, se quiser acreditar, atua no emagrecimento do corpo.

Com certeza, o ósculo revela a proximidade entre as pessoas ou um vínculo mais forte e íntimo entre elas.

Pode ser aquele breve ou o que desperta desejos ligados à sexualidade. Não importa. Os cientistas são unânimes ao constatar que a bitoca fortalece o sistema imunológico e traz um bem-estar às pessoas, diminuindo, por exemplo, os sintomas da ansiedade.

Em entrevista à Agência Brasil, a pedagoga Cláudia Petry afirma que o beijo é a porta de entrada para outras sensações como a libido.

Segundo ela, se o beijo for praticado frequentemente, a relação íntima do casal torna-se mais prazerosa, beneficiando tanto homens quanto mulheres.

Só benefício

Cláudia salienta que beijar acarreta uma vasodilatação no corpo. Significa que as principais vantagens dessa ação dentro do corpo estão na chegada do sangue às células mais rapidamente, na tonificação da pele e no alívio de dores, como a enxaqueca.

Beijar mexe também no sistema hormonal, estimulando o corpo a produzir serotonina e dopamina, substâncias que transmitem prazer e bem-estar. Em contrapartida, há inibição da produção do cortisol, hormônio maléfico ao organismo e que aparece em momentos de tensão ou estresse.

E sim, a ciência já consegue estabelecer uma relação entre o ósculo e sentimentos como afeto, sedução, prazer, carinho, desejo e amor. Tudo isso gera só coisas positivas para a autoestima e autoconfiança do indivíduo.

Jorge Jaber, psiquiatra e membro das Associações Europeia e Americana de Psiquiatria, disse à Agência Brasil acreditar que esse gesto não é só válido entre casais. Ele acredita que o beijo pode ocorrer entre amigos, parentes como prova de afeição e de querer bem.

É um compromisso que deixou de ser mostrado nos últimos tempos, por causa da pandemia de coronavírus. Mas é totalmente favorável ao retorno dessa manifestação social e amorosa.

Cuidados importantes

O dentista Matheus Duarte também levanta a bandeira do beijo, porém, alerta para que tudo fique bom e ainda melhor, é preciso observar e fazer algumas recomendações de higiene. Usar fio dental e efetuar uma boa escovação são essenciais para que não ocorram problemas de saúde bucal.

Se o parceiro não zela por isso, Matheus reforça que doenças como sífilis, herpes, HPV e gonorreia podem ser contraídas. “Quando a gente tem essa ausência de cuidados, acaba causando danos ao equilíbrio da flora e cavidade bucal”, afirmou o dentista à Agência Brasil.

Resumindo

Com tantos elementos favoráveis, as beijocas merecem um pequeno resumo sobre os seus benefícios: o primeiro está no esquecimento dos problemas, ao aliviar as tensões cotidianas. Aumenta a descontração e requer a sintonia do parceiro.

No momento em que as duas bocas se entrelaçam, há produção adicional de saliva, o que auxilia no combate às bactérias nocivas aos dentes. Outro ponto benéfico na troca de saliva é que há a criação de anticorpos e, consequentemente, isso fortalece o sistema imunológico.

Do ponto de vista corporal, as bitocas queimam de duas a três calorias por minuto, contribuindo para o emagrecimento. Nesse “enrosco” de casais, são acionados 34 músculos do rosto e 112 no restante do corpo.

E, finalmente, um estudo de uma Universidade do Japão demonstrou que os beijos longos (mais de 30 minutos) protegem os apaixonados de manifestar sintomas de alergia e espirro.

Quente, molhado ou marcado por afeição ou desinteresse íntimo, o beijo precisa e deve ser praticado cotidianamente. Merece ser perpetuado e mostrado nas telonas dos cinemas e das novelas. Em todos os minutos, horas, dias, semanas, meses, anos, décadas, séculos...