De acordo com a Folha de S. Paulo, o Governo Jair Bolsonaro prorrogou sete medidas antidumping e pôs em prática três, no período de janeiro a julho. Segundo os dados divulgados pelo jornal, essas medidas têm duração de cinco anos e nesse prolongamento estão a China, Alemanha, Chile, Peru, Taiwan, Bareine e Coreia do Sul.

A prática de exportar um produto com o preço abaixo do praticado pelo mercado exportador é denominada dumping que objetiva angariar novos mercados e o excesso de produção. Ir contra essa prática tende a beneficiar o país importador, pois, reduz a pressão competitiva do mercado e eleva o poder do mercado de origem.

Segundo a Folha, os produtos que estão elencados no dispositivo são os plásticos, os ventiladores chineses que estão taxados desde 1994, o aço, o papel cartão, as embalagens dentre outros. Em junho deste ano, o presidente Bolsonaro prorrogou a proteção antidumping até 2024, quando enfim poderá haver a revisão do direito dos envolvidos.

Segundo Fernando Botello, professor de economia (USP), esse instrumento não deve ser prolongado para não correr o risco de prejudicar o Brasil: "Isso é um completo absurdo. Você está protegendo algum empresário e prejudicando milhares de pessoas." Botello afirmou ainda que acreditou que o governo Bolsonaro acabaria com o protecionismo, porém, não é o que está acontecendo.

Mas, de acordo com o governo Bolsonaro essas ações visam proteger a indústria nacional.

Ministério da Economia defende medidas

Segundo a Folha, aiante do que se apresenta no mercado de importação e exportação, o Ministério da Economia afirmou que o ponto crucial é proteger e garantir condições justas entre os comércios de importações e produtos nacionais, de modo que, não sejam usadas como medidas de abertura e fechamento comercial, mas que sejam tomadas medidas com fundamentos responsáveis na gestão das atividades em questão.

Ainda segundo a Folha, empresas que já estão consolidadas no mercado brasileiro entraram com o pedido de medida antidumping com a intenção de proteger suas economias, são elas, a Arno, a Britânia, a Mondial, a Goodyear, a Pirelli, a Bridgestone, a Suzano, a Papirus, a Terphane e Klabin. Todas trabalham em setores variados.

As medidas antidumping utilizadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) estão na contramão daquilo que havia discursado Paulo Guedes, Ministro da Economia, sobre a abertura comercial.