Na última quarta-feira (26), o presidente Jair Bolsonaro criticou o atual modelo desenhado pela equipe econômica para o Renda Brasil e exigiu do ministro Paulo Guedes (Economia) um novo plano. No modelo apresentado, Bolsonaro discordou de cortes referentes ao abono salarial, por exemplo.
Segundo o presidente da República, seu Governo não irá tirar dos pobres para dar a paupérrimos e por este motivo se torna inviável que a folga no orçamento se dê através de cortes como os que foram sugeridos. Bolsonaro deu até a próxima sexta-feira (28) para que Guedes apresente um novo plano.
De acordo com especialistas econômicos, é necessário que haja foco nas alternativas que possibilitem uma revisão minuciosa dos gastos para encontrar uma alternativa plausível que possa bancar o Renda Brasil de forma mais eficiente.
Guedes fará os ajustes solicitados por Bolsonaro
Apesar das críticas de Bolsonaro e dos rumores sobre a sua estadia no governo, o ministro Paulo Guedes tocou normalmente sua agenda e, segundo pessoas que acompanhavam o ministro em uma de suas reuniões na Fazenda, houve o boato da existência de um complô para derrubá-lo do cargo.
Os boatos começaram depois que Bolsonaro criticou veementemente o desenho do programa Renda Brasil, porém os auxiliares de Guedes informaram que uma nova proposta está sendo criada, conforme os ajustes solicitados pelo presidente Jair Bolsonaro.
Todavia, ressalta-se que sem mexer no abono salarial, a ampliação no valor do novo benefício social (Renda Brasil) ficará apertada.
Segundo a equipe econômica, essa falta irá impossibilitar um maior alcance de valor, devido ao respeito que se tem ao teto de gastos que é limitado tendo cuidados com a inflação. Atualmente, Bolsonaro almeja que o valor do benefício seja de no mínimo R$ 300.
Porém, as últimas informações fornecidas pelo jornal Folha de S.Paulo é de que Guedes pretende escalonar, ou seja, o pagamento do benefício iniciaria com o valor mínimo de R$ 220 e iria sendo ampliado com o tempo.
Bolsonaro é contra cortes de benefícios sociais
O presidente Bolsonaro tem rejeitado qualquer proposta que mexa nos gastos sociais que, segundo Guedes, são ineficientes.
Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, o impasse se torna maior, devido às expectativas de aumento da popularidade do presidente, posto que Bolsonaro já mostrou o interesse de se reeleger em 2022. Porém, para a Economia essa "pavimentação para a reeleição" tem um custo muito alto.
Ministério teme que Renda Brasil afaste investidores
Para o Ministério da Economia, a maior ameaça está nessas discussões sobre o programa Renda Brasil, em especial, porque tende a atingir o teto de gastos. O medo é de que a confiança dos investidores possa se esvair justamente em um momento que o país sofreu grandes percas nas contas públicas, após o avanço da pandemia que provocou uma forte elevação nas despesas governamentais.