O atual cenário econômico em que o país vive tem fomentado a alta do preço do arroz, em especial após a explosão da pandemia da Covid-19, que gerou tanto a crise sanitária como a crise econômica, estimulada pela desvalorização do real diante do dólar.
Na última quinta-feira (10), o Procon-SP promoveu uma reunião com os representantes dos supermercados, indústria e produção para debater sobre a alta no preço dos alimentos.
Segundo o Procon-SP, o órgão irá fiscalizar os estabelecimentos para controlar possíveis irregularidades nos preços, evitando assim que hajam preços abusivos. Caso encontre situações irregulares, o órgão afirmou que autuará o comércio em até R$ 10 milhões.
APAS afirma que o valor do arroz não foi repassado integralmente ao consumidor
Ronaldo dos Santos, presidente da Associação Paulista de Supermercados, disse ao O Estado de S. Paulo que, conforme os supermercados forem renovando seu estoque, é possível que a saca de 5 kg do arroz chegue a R$ 30. Santos afirmou ao jornal que o custo da matéria-prima não foi repassado integralmente ao consumidor, que mais para frente sentirá a diferença.
Atualmente, a saca do arroz está custando R$ 100, o dobro do valor apresentado em janeiro deste ano, quando o produto era vendido a R$ 50, conforme informações do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Ainda segundo o Cepea, na última quinta-feira (10) a cotação da saca do arroz era de R$ 105.
Santos afirma que se continuar nesse valor, será difícil não encontrar o arroz com preço inferior a R$ 30. Ele salientou que as prateleiras continuaram a ter o produto e dispensou o risco da falta do mesmo, isto porque o Governo liberou a importação sem taxa. O presidente da Apas acredita que com o arroz a altos preços, haverá uma redução no consumo e que por isto o produto pode sofrer queda no preço a médio e longo prazo.
Disparada no preço do arroz é resultado de uma ‘tempestade perfeita’
O Rio Grande do Sul é o estado onde é produzida a maior safra do arroz brasileiro e o jornal Folha de S.
Paulo ouviu alguns produtores, dentre eles André Ceolin, sócio proprietário do Grupo Ceolin.
Segundo Raul Borges, presidente dos sindicatos rurais de Itaqui e Maçambará, uma gama de fatores influenciaram o resultado da alta do preço do arroz que já era debatida há anos junto ao Mercosul, em especial no que diz respeito à isenção da TEC (Tarifa Exterior Comum).
Para Ceolin, dentre eles, o avanço da pandemia, a pouca produção do arroz e a desvalorização do real foram fundamentais para ocasionar o resultado atual que explodiu numa "tempestade perfeita".