Em uma declaração dada nesta última quarta-feira (9), o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, associou o aumento do preço de itens da cesta básica ao pagamento do Auxilio Emergencial. De acordo com suas palavras, o poder de compra aumentou por causa do auxílio e com isso houve maior procura por determinados itens.
Os beneficiados teriam dado prioridade a alimentos e materiais de construção. Segundo o vice-presidente, dessa forma não só estariam pensando em se alimentar melhor, mas também preocupados em fazer melhorias em suas residências.
Por esse motivo os preços subiram mais nestes setores.
Embora tenha dado destaque ao benefício, Mourão não deixou de citar outros fatores que podem ter contribuído para a elevação dos preços, tais como a sazonalidade e as exportações, que tiveram grande aumento. Com isso, Mourão resume a alta dos preços à lei de oferta e procura. Na sua opinião, tudo logo voltará ao normal.
Ministra descarta intervenção
Durante uma entrevista exclusiva ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) e também ao jornal O Estado de S. Paulo, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, negou que o Governo fará qualquer interferência em relação aos preços de itens que compõem a cesta básica. Entre os itens que maior alta tiveram estão: feijão, óleo de soja, arroz, leite e carne.
Presidente da associação de supermercados faz alerta
O presidente da República, Jair Bolsonaro, usou o termo "patriotismo" junto aos donos de supermercados para fazê-los baixarem os preços. Em encontro com Bolsonaro, o presidente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), João Sanzovo Neto, nega que o setor seja responsável pelo aumento de preço de itens importantes para a mesa da população e cita como fator determinante para a subida de preços a falta de produtos.
Sanzovo disse ainda que vinham trabalhando com lucro menor, porque sendo este um setor onde a competição é grande, não tem como repassar de uma vez todos os aumentos. Ele pediu que a população não faça estoque, pois comprando além do necessário aumentaria o problema. Fez ainda uma sugestão: que os consumidores procurassem trocar o arroz pelo macarrão, que no momento está com preço melhor.
Senacon pede explicações
A Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), órgão que é ligado ao Ministério da Justiça, espera que as mais importantes associações e empresas que tenham ligação com a produção e distribuição de componentes da cesta básica respondam questionamentos a respeito dos aumentos. O prazo dado foi de cinco dias. A comprovação das informações deve se dar através de apresentação de notas fiscais que as comprovem.
O órgão pretende também se reunir com os Ministérios da Agricultura e da Economia para discutir o problema e tentar encontrar soluções.