O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) admitiu nesta quarta-feira (10), durante encontro com prefeitos no Ministério da Educação, que está em discussão um novo auxílio emergencial, porém advertiu: "não é dinheiro que eu tenho no cofre, é endividamento". O vídeo da reunião foi divulgado nas redes sociais de um dos participantes do encontro.

O Governo federal tem sido pressionado pelo Congresso e admitiu debater uma nova versão do auxílio emergencial que foi pago até o último mês de dezembro para os mais necessitados que tiveram prejuízos na pandemia do novo coronavírus.

A nova versão do benefício seria menor, de apenas três parcelas no valor de R$ 200, que seriam pagas somente para pessoas que já receberam o auxílio e que estão desempregadas e não são beneficiadas com o Bolsa Família.

Teto de gastos

Agora o governo tenta encontrar uma maneira de financiar o benefício sem furar a regra do teto de gastos ou ainda criar uma alternativa legal, como o estado de emergência, que dá autorização para o governo federal quebrar a regra.

Bolsonaro foi convencido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que o governo federal não tinha condições de manter o auxílio emergencial. O presidente da República por diversas vezes havia afirmado que o governo não iria renovar o auxílio.

Mas, com a segunda onda da Covid-19, o Congresso aumentou consideravelmente a pressão sobre o Palácio do Planalto, além dos dados que mostram que a maioria dos cidadãos que perderam o auxílio não conseguiu uma outra fonte de renda.

Bolsonaro se viu ainda mais pressionado quando os recém-eleitos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), elegeram o retorno do auxílio emergencial como uma das prioridades das Casas Legislativas no primeiro semestre de 2021.

Combustíveis

No encontro, Bolsonaro também falou sobre o aumento dos combustíveis nas refinarias. Ele revelou que a Petrobras irá fazer mais um reajuste nos preços ainda no mês de fevereiro. O mandatário afirmou que o governo não interfere nos preços, porém tem responsabilidade. Os preços subiram aos poucos, no fim de janeiro teve uma alta, outra alta foi vista segunda-feira (8) e mais um aumento está previsto para fevereiro.

O mandatário afirmou que as consequências aparecem e que agora é preciso procurar a solução. Para cada 1 centavo que possa ser reduzido no PIS-Cofins, é preciso pôr R$ 700 milhões de outro lugar, afirmou Bolsonaro. O líder do Executivo fez um apelo aos prefeitos, que eles recuem das medidas que restringem o distanciamento social e que reabram as atividades comerciais.