Menos de 24 horas após a eleição de Lula, alguns efeitos na economia começam a ser sentidos. Nesta segunda-feira (31), as ações da estatal Petrobras caíram e o dólar apresentou forte alta.

Por volta das 10h, as ações preferenciais da petrolífera caíam 6,85%, sendo vendidas a R$ 30,35. Já as ações ordinárias recuavam 6,82%, sendo negociadas a R$ 33,33.

Esse movimento fez com que a empresa perdesse aproximadamente R$ 30 bilhões em valor de mercado. Ele caiu de R$ 513 bilhões para R$ 483 bilhões.

Mais cedo, a XP reduziu o preço-alvo para os papéis da estatal de R$ 47,30 para R$ 35,50.

Apesar disso, a corretora ainda manteve a recomendação de aquisição dos papéis.

Diferentemente do atual presidente, o petista é contra a privatização da Petrobras, o que não é muito bem recebido pelos investidores. A perspectiva de uma maior interferência política na estatal também penaliza os papéis da empresa no exterior.

Logo após as Eleições, o JP Morgan disponibilizou um relatório no qual recalibra sua postura ao novo cenário local para a Petrobras. A instituição rebaixou a recomendação da estatal para neutro, com preço-alvo de US$ 14 para os ADRs, ante US$ 20 nas recomendações anteriores.

Dólar sobre

Na contramão das ações da Petrobras, o dólar apresentou alta na manhã desta segunda-feira.

A cotação da moeda americana chegou a R$ 5,41 no comercial.

A falta de detalhamento sobre o que poderá ser feito na economia tem deixado o mercado bastante preocupado e os investidores cautelosos, sobretudo porque ainda não foi revelado, dentre outras coisas, quem será o ministro da Economia.

Parte dos operadores ventilaram a possibilidade de Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central, chefiar a política econômica do novo presidente.

Aumento de gastos em 2023

Em entrevista ao Poder 360, Meirelles disse que Lula poderia pedir uma licença ao Congresso para aumentar gastos públicos no ano que vem para conseguir bancar parte das promessas de campanha.

Isso causa temeridade no mercado, uma vez que o país ainda se encontra em uma situação financeira bem delicada.