O blog da colunista Andréia Sadi no portal G1 noticiou que aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) relataram que não conseguiram falar com o mandatário desde a definição da derrota dele para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa do segundo turno das Eleições para presidente.

A jornalista conversou com pessoas próximas do presidente da República, que afirmaram que, ao tentarem conversar com ele, foram informadas de que Bolsonaro foi dormir assim que soube o resultado do pleito eleitoral. O chefe do Executivo federal permaneceu calado por toda a noite do domingo (30).

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou às 19h57 que Lula será novamente o presidente da República. O anúncio foi feito quando haviam sido apuradas 98% do total de urnas no Brasil, o que fez com que Lula se tornasse o primeiro ex-presidente a conseguir um terceiro mandato.

Assessores e ministros do atual ocupante do Palácio da Alvorada afirmaram que não tiveram informações exatas sobre o que Bolsonaro irá falar e quando ele irá fazer o primeiro pronunciamento após reconhecer a derrota para o político do Partido dos Trabalhadores. Jair Bolsonaro se tornou o primeiro presidente da República, desde a redemocratização do país, que tentou se reeleger, porém não conseguiu.

A diferença de votos entre os candidatos foi bem apertada, algo em torno de 2,1 milhões de votos, o que dá um pouco menos de 2% dos votos válidos.

É a menor diferença entre o primeiro e o segundo colocado em todas as disputas presidenciais do Brasil.

Invicto

O dia 30 de outubro de 2020 ficou marcado na história do país e também na história pessoal de Jair Bolsonaro. O candidato derrotado tinha orgulho em dizer que nunca havia perdido uma eleição. Ele já foi vereador pelo Rio de Janeiro, deputado federal pelo estado da região Sudeste e presidente da República.

Lula foi o adversário que tirou a invencibilidade de Bolsonaro. Após a derrota, a partir de janeiro do próximo ano o político irá ficar sem mandato, o que não acontecia desde 1988.

Naquele ano, Jair Bolsonaro foi um militar que foi forçado a deixar uma polêmica carreira no Exército. Ele conseguiu ser eleito vereador, mas não terminou o mandato para disputar eleição como candidato a deputado federal e em 1991 iniciou sua carreira em Brasília.

Depois de passar sete mandatos dentro da Câmara como um deputado do baixo clero, notabilizando-se por suas falas agressivas e ausência quase total de projetos práticos, ele viu sua popularidade aumentar ao longo do tempo, o que fez com que almejasse voos mais altos, e então em 2018 se candidatou e venceu a eleição para a Presidência da República.