Saiu o índice de inflação para o mês de setembro de 2023, com o registro de 0,26% –um pequeno aumento em comparação com o percentual medido no mês de agosto, que foi de 0,23%. É o que indica o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
De acordo com o instituto, a subida da inflação no mês passado sofreu uma influência do preço dos combustíveis, mais especificamente, da gasolina.
Fazendo as contas
Se se considerar apenas o somatório desde o início de 2023, o acumulado do índice chega a 3,5%. Porém, dando uma olhada nos últimos 12 meses, ou seja, a média móvel que vem desde setembro de 2022 até o mês passado, ela ultrapassa os outros 12 meses anteriores.
Seria o percentual de 5,19% contra 4,61%.
No caso dos números, setembro guarda uma contradição, pois o mesmo mês de 2022 teve uma deflação (uma variação negativa, o que significa preços recuados e mais baratos) de – 0,29%.
Sendo a gasolina a principal vilã pela subida da inflação, o impacto se reflete em outros setores econômicos. Um dos primeiros afetados é o de transportes, com registro de 2,70% de aumento. Óleo Diesel e gás veicular subiram, enquanto o preço do etanol desceu um pouquinho.
Sem tanta relação com os combustíveis, o setor de habitação também ajudou na formação final do índice em setembro, já que itens como energia elétrica, água e esgoto tiveram reajustes de preço.
Não se deve esquecer dos aumentos autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para os planos de saúde.
Eles contribuíram para o percentual de setembro.
Algo para animar
Nem tudo é escuro dentro do cenário econômico do Brasil: uma boa notícia vem justamente de um setor crucial para o povo. A alimentação e as bebidas apresentaram redução de preços e melhor do que isso, é a quarta vez consecutiva que esse setor marca quedas de preço, ajudando no consumo diário dos domicílios.
Gêneros como a batata inglesa, ovo, cebola, leite e carnes estão mais acessíveis; o problema do aumento está no arroz e no tomate.
Do ponto de vista dos locais geográficos, houve escalada para cima da inflação em todas as capitais; entretanto, a cidade de São Luís, no Maranhão, foi a que teve a alta mais expressiva com mais de 10%.
A única exceção cabe a Goiânia, em Goiás, a qual teve uma deflação de 0,11%.
Bife recolocado no prato
Conforme mencionado, a carne está mais barata para o consumidor e, por isso, voltou a figurar no prato em 2023. Uma espécie de alívio para todos os lados, tanto dos produtores quanto da população em geral. Foram cinco anos seguidos de queda no consumo. E, certamente, a inflação desse período foi decisiva para fazer desaparecer a proteína animal do cardápio cotidiano.
Segundo as informações colhidas, o nível de consumo registrado durante este ano já chegou ao patamar do período pré-pandemia. Não é somente a trégua da inflação que contribui para isso; outros elementos são apontados para esse estímulo, como a queda nas exportações e a maior oferta de carne no mercado interno.
Pelo nono mês seguido, o preço da carne baixou 2,1% em setembro. Desde janeiro de 2023 até agora, o recuo no preço da carne atinge 11,55%.
Em relação aos tipos de corte bovinos, já dá para realizar o sonho de se comer o filé mignon, a alcatra, o fígado, a picanha e o contrafilé, pois foram os que mais ficaram baratos.
De acordo com o Presidente da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Edgar Pretto, “o aumento na quantidade de carnes produzidas no país é um dos fatores que sustentam a tendência de queda nos preços ao consumidor. Muito da deflação registrada vem da carne, que está mais barata para o consumidor”.
Aonde o boi vai, os outros vão
Essa retomada por parte do povo em comprar carne bovina é acompanhada por carne de outros animais.
Isto pode ser percebido no frango congelado (com recuo de 12.614%) e na carne de porco, a qual diminuiu em 5,46%. Os ovos, conforme escrito antes, diminuíram o preço em 4,96% –é o segundo mês consecutivo.
Apesar de a sabedoria popular cantar a pequenina canção de “aonde a vaca vai, o boi vai atrás”, ao que parece, seus irmãos contidos na atividade pecuária não querem perder o compasso. Melhor para as bocas dos brasileiros, desejosos e com mais poder aquisitivo de enriquecer o prato de arroz e feijão com uma proteína, garantindo mais saúde.