Popularmente, ninguém pode recusar ou pular a refeição do meio-dia, até porque a solução de muitos é encher o estômago fora de casa, como em restaurantes por quilo, por exemplo.

A fim de saber o impacto orçamentário do almoço no bolso do brasileiro, a empresa de inteligência de mercado Mosaiclab fez uma pesquisa por todo o país, mais especificamente em 22 estados e no Distrito Federal.

O primeiro dado relevante mostrado por essa pesquisa vem do preço médio calculado e gasto pelos brasileiros na hora de se sentar à mesa e se fartar com o prato do almoço.

Segundo o estudo, o valor encontrado foi de R$ 46,60.

É claro que isso não possui nenhum consenso na prática, mas seria o sonho de consumo de todo trabalhador que se pagasse o mesmo preço em qualquer localidade do Brasil. Já que o país possui (vários) regionalismos, é necessário dar uma olhada/verificada mais detalhada sobre o quanto se realmente gasta nas refeições nas capitais dos estados.

Levantamento de nível nacional

A pesquisa ocorreu entre os meses de julho e agosto de 2023 e um total de 4.516 estabelecimentos comerciais participaram do levantamento. Foram anotados e colhidos os preços de 5.470 pratos oferecidos e elaborados nos locais que servem almoço, dentro do período convencional de atendimento, isto é, de segunda a sexta-feira.

Para se chegar ao cálculo do preço, havia que se padronizar a composição de uma refeição. Desta maneira, as quatro categorias contempladas (prato executivo, self-service, prato feito e a la carte) seguiram a sequência de prato principal, café, sobremesa e bebida não alcoólica.

O preço médio da refeição foi mais caro na região Sudeste, com o valor de R$ 49,33, sendo que o Rio de Janeiro apresentou o valor mais alto.

Quem trabalha no estado da Cidade Maravilhosa pode desembolsar R$ 53,90 diariamente.

Embora seja uma quantia pesada para a carteira do povo fluminense, a liderança ficou com a capital de Santa Catarina: Florianópolis tem o preço mais elevado, cobrando R$ 56,11.

Com relação ao peso dessa despesa no salário mensal do trabalhador, a constatação torna-se mais dolorida: tomemos como referência o dado do IBGE que considera o salário médio do brasileiro em R$ 2.921,00; no momento de almoçar, cada assalariado desembolsa R$ 1.025,20 todo mês.

Fazendo-se a proporção de um valor pelo outro, o percentual comprometido só para fazer a refeição do meio-dia é de 35% da renda.

Efeito cascata

Ricardo Contrera é sócio-diretor da Mosaiclab e destaca que outros fatores contribuem para o aumento dos preços das refeições. Elementos como a gasolina, a energia elétrica e o gás de cozinha (o qual sofreu majoração de 5% em julho) são encarados como custos.

Ainda que o período da pandemia de coronavírus tenha sido superado, há reflexos do débil cenário econômico enfrentado naquela época na formação atual dos preços.

Houve parte dos estabelecimentos que se transformou apenas em fornecedores, entregando as refeições no sistema de delivery. Nesse cenário, alguns demitiram parte de seu quadro de funcionários.

Em compensação, eles focaram os gastos na logística de distribuição como, por exemplo, as taxas de entrega.

Com o retorno dos trabalhadores aos escritórios e sedes de empresas, o atendimento presencial se renova e, obviamente, há que se recontratar pessoal, reinvestir nos espaços físicos e nas ações de marketing e propaganda do negócio.

Nacionalmente, o preço do almoço subiu 14,7% em comparação com o ano de 2022. Logo abaixo, apresenta-se uma pequena tabela com os preços praticados em algumas capitais; elas estão em ordem decrescente de valor.

  • Florianópolis – R$ 56,11
  • Rio de Janeiro – R$ 53,90
  • São Paulo – R$ 53,12
  • Natal – R$ 51,86
  • Recife – R$ 49,13
  • Maceió – R$ 48,84
  • Salvador – R$ 46,43
  • Curitiba – R$ 43,42
  • Brasília – R$ 41,45
  • Belém – R$ 36,94
  • Teresina – R$ 33,22
  • Belo Horizonte – R$ 32,69