Acabou a espera. Depois de quatro anos longe, Fred voltará a vestir a camisa do Fluminense no próximo domingo (28), quando o Tricolor, a partir das 19h (horário de Brasília), enfrenta, a princípio, no Maracanã, o Volta Redona pela rodada de reabertura da Taça Rio, segundo turno do Campeonato Carioca. Usando a tradicional camisa 9, o centroavante formará o trio ofensivo ao lado de Evanilson e Marcos Paulo.

Ídolo da equipe das Laranjeiras por conta dos 172 gols em 288 jogos e dois títulos de Campeonato Brasileiro (2010 e 2012), Fred deixou o clube em 2016 pelo então presidente Peter Siemsen para defender o Atlético-MG.

Ficou no Galo até 2018, indo, na sequência, para o outro grande de Minas Gerais, o Cruzeiro, com quem também tem grande identificação, mas que, dessa vez, não teve uma passagem tão destacada, apesar de ter sido artilheiro do Campeonato Mineiro de 2019, especialmente por conta do inédito rebaixamento da Raposa para a Série B do Brasileirão.

Após uma longa negociação, o centroavante foi oficialmente anunciado pelo Fluminense no domingo, 31 de maio, aproveitando a retransmissão da Globo da vitória de 3 a 2 sobre o Palmeiras, em Presidente Prudente, resultado que, na ocasião, assegurou o título antecipado do Brasileiro de 2012 ao Tricolor. Nessa partida, o camisa 9 marcou dois gols e deu o cruzamento do qual se o gol contra do zagueiro do time paulista, Maurício Ramos.

Mesmo antes de entrar em campo, Fred já começou a dar resultado ao Flu. Para vir ao Rio, ele percorreu os 600 km de Belo Horizonte à Cidade Maravilhosa de bicicleta. Essa iniciativa rendeu 4 toneladas de cestas básicas doadas a comunidades cariocas. Além disso, houve um aumento no número de sócios-torcedores da agremiação.

Além da reestreia de Fred, o técnico Odair Hellmann promoverá outra novidade no time titular do Fluminense.

Na vaga de Nenê, que, depois de submetido a exame, teve confirmada a contaminação do Coronavírus, entrará Paulo Henrique Ganso. O camisa 10 formará o meio com os volantes Hudson e Yago Felipe.

Com status de estrela, Ganso desembarcou no Flu no início do ano passado e causou um alvoroço na torcida, mas, por enquanto, teve atuações apenas razoáveis e protagonizou um incidente com Oswaldo de Oliveira, que dirigiu a equipe das Laranjeiras em sete partidas no último Campeonato Brasileiro e foi demitido após um empate de 1 a 1 com o Santos, no Maracanã.

Clube celebra 25 anos de título histórico

Nesta quinta-feira, o Fluminense celebra um dos momentos mais emblemáticos de sua história. Há exatos 25 anos, no dia 25 de junho de 1995, em uma partida épica, o Tricolor quebrava um jejum de dez anos e conquistava o Campeonato Carioca ao derrotar o arquirrival Flamengo por 3 a 2.

Favorito ao título, o Rubro-Negro comemorava o ano do seu centenário, com a contratação de Romário, recém-chegado do Barcelona como maior jogador do mundo na época. O Botafogo havia renovado com Túlio Maravilha, artilheiro do Brasileiro de 1994. O Vasco era o atual Tricampeão e buscava um inédito Tetracampeonato. O Flu, liderado por Renato Gaúcho, não era visto pela crônica esportiva como um time que pudesse ser campeão.

No início daquele Estadual, as previsões da imprensa pareciam que seriam comprovadas. Com um futebol irregular, o Fluminense, então dirigido pelo técnico Joel Santana, fez uma campanha irregular na fase de classificação e, no sufoco, garantiu a vaga no octogonal decisivo da competição. Para piorar, viu os rivais já iniciarem com pontos acumulados (Flamengo somando três pontos e Vasco e Botafogo tendo um ponto cada).

Nas duas primeiras rodadas do octogonal, um empate sem gols diante do América e derrota de 1 a 0 no clássico contra o Botafogo. Tudo levava a crer que seria mais um ano sem título. No entanto, de uma forma brilhante, o Fluminense permaneceu invicto até a última rodada quando enfrentou o Flamengo com a obrigação de vencer.

Ao rival, bastava um empate.

Antes de a bola rolar naquele 25 de junho de 1995, uma forte chuva desabou sobre o Maracanã. Para os tricolores, foi um sinal de Nelson Rodrigues (jornalista e torcedor fanático do clube das Laranjeiras, falecido em 1980). Coincidência ou não, o Fluminense fez um primeiro tempo quase perfeito e, com gols de Renato e Leonardo, desceu para o intervalo tendo 2 a 0 ao seu favor.

Mas, como não se pode comemorar nada com antecedência, especialmente em Fla-Flu, no segundo tempo, depois de o Fluminense aparentar que estava tudo sob controle, o Flamengo, depois de um chute forte do lateral-esquerdo Branco no travessão, encurralou o adversário e chegou ao empate suficiente para o título com Romário e uma obra de arte de Fabinho, que, com um drible seco, deixou três adversários no chão antes de colocar à direita de Wellerson.

O sonho do Fluminense parecia ter se transformado em pesadelo e o terror cresceu ainda mais depois que Lira, depois de falta violenta em Fabinho, recebeu cartão vermelho. Como já tinha tido Sorlei expulso, o Tricolor contava, naquele momento, com nove jogadores para tentar o que parecia um milagre.

No entanto, como dizia o próprio Nelson Rodrigues, "o Fluminense nasceu com a vocação da eternidade". Aos 42 minutos, Aílton recebeu de Ronald pela direita, deu dois cortes secos em Charles Guerreiro e, antes do carrinho de Jorge Luís, finalizou. A bola sairia para a lateral, mas Renato Gaúcho, no meio do caminho, colocou a barriga para empurrar a bola às redes flamenguistas. Na súmula, porém, o gol foi dado para Aílton.

Independente do autor, a torcida do Fluminense, em minoria no estádio, calou a massa rubro-negra no Maracanã e soltou um grito preso há dez anos. Era o fim do jejum e o resgate da história vencedora daquele clube das Laranjeiras.

Apesar de ser um jogo do Estadual, esse Fla-Flu de 1995 foi tão marcante que, recentemente, foi eleio a partida mais histórica dos 70 anos de existência do Maracanã.

Confira o time que, naquele dia 25 de junho, deu a alegria a mais de dez milhões de torcedores espalhados pelo Brasil: Wellerson, Ronald, Lima, Sorlei e Lira; Marcio Costa, Djair, Aílton e Rogerinho; Renato Gaúcho e Leonardo. Paulo Paiva (zagueiro), Leandro Silva (lateral-direito), Alex (lateral-esquerdo), Luís Antônio (meia), Édinho (atacante) e o ídolo Super-Ézio, histórico centroavante tricolor da primeira, falecido em 2011 com um câncer no pâncreas, também integraram aquele elenco.