Tradicional local turístico e ambiental da cidade de São Paulo, o parque Ibirapuera chegou aos 65 anos Melhor, tornou-se um “velhinho” charmoso e disputado nos finais de semana.
Outra qualidade destacável do parque está na opção de suas atividades culturais que vão desde a arte moderna, representados pelo MAM e pelo Pavilhão da Bienal, até as exposições temporárias recebidas na Oca e o conhecimento astronômico disponibilizado pelo Planetário Municipal.
A lista se estende para o Viveiro Manequinho Lopes, onde se cultivam plantas e árvores, o Museu Afro Brasil, voltado para a cultura africana e registros da escravidão no Brasil, e a Universidade Aberta do Meio Ambiente e Cultura de Paz (UMAPAZ), oferecendo uma grade de cursos variados à população.
Todos esses lugares descritos anteriormente se unirão em torno de uma programação especial para o aniversário do Ibirapuera. Programação esquematizada e organizada pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente.
A data exata do aniversário do “velhinho” foi dia 21/08, mas ainda dá tempo de curtir opções de diversão e cultura dentro do parque Ibirapuera. Dentre elas, figuram apresentações de música, exibição de filmes, oficinas e visitas guiadas. Uma boa pedida para os cerca de 150.000 frequentadores e visitantes que buscam o parque principalmente nos fins de semana.
Para hoje e domingo
Neste sábado (24), haverá uma oficina dedicada ao público jovem feminino na Oca. Pela tarde, o Coral da GCM (Guarda Civil Metropolitana) se apresenta na Arena de Eventos e perto das 17h, ocorre a visita guiada contando a história da Oca.
Quem quiser ter uma surpresa à noite, deve esperar uma apresentação das Fontes Luminosas, situadas nos lago do Ibirapuera.
Para o domingo (25), além da oficina já listada antes na Oca, haverá a sessão musical com a Banda do Exército na Praça da Paz. Ambas acontecem a partir das 10h. No decorrer do dia, para quem gosta de esporte, a Secretaria do Meio Ambiente oferecerá pistas para skate e patinação.
Às 10h30, o MAM (Museu de Arte Moderna) realizará uma visita guiada com lanternas em seu jardim de esculturas e o Museu Afro-Brasil oferecerá uma visita cultural, histórica e artística dos aspectos afro-brasileiros. Finalzinho da tarde e início da noite reservam sessão no Planetário, história da Oca e projeção ao livre. Já de noitinha tem rodas de samba, apresentação de teatro e de cultura popular.
Depois tem o fechamento com chave de ouro: novamente uma exibição das Fontes Luminosas.
Importante frisar que todas as atividades são gratuitas; porém, para frequentar o Planetário, é preciso retirar ingresso com antecedência.
Significado e como tudo começou
Para o diretor do parque Ibirapuera, Heraldo Guiaro, é a identificação e a frequência do público que mostra o grau de acolhimento e carinho pelo local: “a apropriação pela própria população do espaço público é a grande transformação. Raro são os lugares no mundo que você tem toda essa diversidade cultural, riqueza de fauna e de flora, e em termos de qualidade ambiental e do efeito estético da paisagem nas pessoas”.
No entanto, antes de toda essa celebração e tietagem em torno do parque, a área se constituía de um grande terreno pantanoso e alagadiço e chegou a abrigar uma aldeia indígena.
Aliás, o nome Ibirapuera é emprestado do tupi, significando “pau ou madeira podre”.
Os primeiros esboços para se fazer algo nesse pântano vêm do final do século 19, quando as terras não eram consideradas parte do município de São Paulo. Para os paulistanos de hoje, algo inimaginável, já que a delimitação daquela época desconsideraria, por exemplo, o Aeroporto de Congonhas e o Autódromo de Interlagos, ambos mais adiante em relação ao futuro Ibirapuera.
Só em 1916, esse problema seria resolvido com a incorporação do pântano à área da cidade. Dois anos depois, para dar impulso ao povoamento, houve a divisão em lotes de parte do terreno.
Na década seguinte, é que o prefeito Pires do Rio lança a ideia de se construir um grande parque público com a utilização voltada para a “higiene da população urbana”.
Em 1928, o viveiro de plantas municipal é transferido para a região; este se transformaria no principal núcleo de fundação do Parque como se utiliza atualmente. O viveiro, posteriormente, teria seu nome oficial de “Manequinho Lopes” e assim, o projeto do que se fazer no local passou por idas, mudanças, vindas, discussões, abandonos e recriações. Baluarte da resistência, muitos envolvidos achavam que o viveiro deveria desaparecer. Se não fosse ele, o parque não seria parque.
Até que perto da comemoração do quarto centenário da cidade de São Paulo, a visão mais modernista do empresário Cicillo Matarazzo junto com o traço arquitetônico florescente de Oscar Niemeyer deram o contorno do que se vê e se experiencia quando se trata do parque Ibirapuera. O resultado é de encher os olhos e de fazer bem à Saúde física e mental.