A partir de ontem, 06/11, o paulistano conta com mais uma opção de praticar exercícios, apreciar o canto dos pássaros e passear com seu bicho de estimação.
Tudo isso pode ser desfrutado numa região de São Paulo bem carente de áreas verdes, a zona central. Moradores da Consolação, Bela Vista, Santa Cecília e do Baixo Augusta poderão respirar melhor e tirar o estresse físico e mental.
O Parque Municipal Augusta “Prefeito Bruno Covas” preenche estas lacunas com uma área total de 23 mil metros quadrados e se localiza entre as Ruas Caio Prado, Marquês de Paranaguá e, claro, Augusta.
Usuários e visitantes foram conferir a nova atração e, de cara, aprovaram a mudança do local para uma área verde. Pensando no funcionamento adequado, muitos gostaram dessa iniciativa da Prefeitura, mas temem que o Parque se deteriore por falta de manutenção. Pediram, então, que não se perca o trabalho de conservá-lo – o quesito limpeza é relevante.
Posto de vacinação e serviços
No dia da cerimônia de abertura, a Prefeitura instalou um posto de vacinação contra a Covid-19, o que foi visto com bons olhos. Principalmente para os que ainda não tiveram tempo ou estão atrasados no cronograma de tomar a dose.
O funcionamento do Parque Augusta é diário e o seu horário de visitação se estende das 5 h às 21 h.
Já a infraestrutura abriga equipamentos para atividades físicas, área exclusiva para cães, playground e equipamentos para relaxamento e descanso. Oferecem-se também serviços como sanitários, arquibancada, deck elevado e área para compostagem.
E como não poderia deixar de ser, o Parque evidentemente possui um bosque e caminhos centenários, os quais foram preservados.
Esses dois locais são o mesmo desde que o Colégio Des Oiseaux foi fundado nos anos 1910. Hoje, ele não existe mais.
Haverá duas entradas de acesso ao Parque Augusta: a principal se situa na Rua Caio Prado e a outra, pela Rua Augusta. O espaço será administrado pela Subprefeitura da Sé.
Mais um
Em seu pronunciamento, o Prefeito Ricardo Nunes frisou que a cidade de São Paulo totalizou 111 parques e áreas verdes.
Citou que, dentro do Plano de Metas fixado, o Augusta é o terceiro inaugurado. Segundo ele, serão entregues mais quatro parques.
O último uso dessa área foi a de um estacionamento. Fechado, por anos ficou abandonado, pois posteriormente foi comprado por duas construtoras sem saber direito o que fazer com o terreno. A Prefeitura buscou um acordo com elas, intermediado pelo Ministério Público, para a implantação de uma área verde em 2019. O investimento realizado foi de R$ 11 milhões.
Fauna, flora e convivência
Mesmo localizado em uma área tão cheia de prédios e concreto, o Parque Augusta possui boa diversidade de espécies Animais e vegetais. São 21 aves como o carcará e o periquito-rico. Entre as árvores que fincaram suas raízes lá estão abacateiros, nespereiras e palmeiras-de-leque-da-china.
A interação entre homem e meio ambiente já pôde ser percebida: o arquiteto Bruno Simão se mudou para o bairro da Bela Vista há cinco anos e esperava ansioso pela abertura do parque. “Quero vir correr durante a semana, caminhar e ler nos fins de semana, porque com certeza serão dias muito concorridos por aqui.”
Paralisação e protesto
Logo após o começo das obras, ainda em 2019, o parque teve uma paralisação decretada pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), devido a achados no subsolo que poderiam significar a presença de índios no passado. Ao invés disso, encontraram-se partes de porcelana, vidro, cerâmica e materiais de construção datados do período compreendido entre os séculos XIX e XX.
Ao todo, o conjunto tinha cerca de 2.490 peças.
Durante a cerimônia de inauguração, uma representante do Conselho Gestor leu um manifesto, cujo conteúdo é contrário ao nome oficial “Parque Augusta – Prefeito Bruno Covas”. A declaração pede que o Parque se chame apenas Parque Augusta.
Outro grupo aproveitou a carona e protestou contra a reforma da Previdência do Município. Ricardo Nunes foi vaiado e acusado de mentiroso.
A implantação do Parque Augusta faz parte da execução do Plano Diretor de 2002 e é resultado de anos de luta – mais de 20 anos, para falar a verdade – proveniente da mobilização de moradores próximos e de associações do entorno.