O Estado da Bahia possui uma grande variedade de paisagens, com cidades que escondem verdadeiros paraísos. Muitas vezes esses lugares são pouco conhecidos, assim como, as atividades possíveis e todo o potencial que guardam.

Aqui vão cinco dicas de passeios em cidades incríveis localizadas no interior da Bahia para sair da rotina quando for viajar.

Observação de baleias em Praia do Forte

A primeira dica é bem próxima à capital baiana. Localizada no Litoral Norte, Praia do Forte é um polo turístico que recebe turistas de todo o mundo, em praticamente todas as estações.

Para aqueles adeptos do ecoturismo, a pequena vila destaca incontáveis opções de lazer. Mas, não somente isso. Em Praia do Forte é possível interagir e aprender com diversas as espécies animais de maneira livre e consciente.

É assim com a observação de pássaros no Parque das Aves, bem como, através de iniciativas como o Projeto Tamar, fundado em 1982, em prol da proteção das tartarugas marinhas que se reproduzem na região.

Outro exemplo desses, no entanto, muito pouco conhecido, talvez por ser sazonal (ou seja, realizado somente em alguns meses do ano), é a observação de Baleias Jubarte.

O Turismo de observação de baleias cresce à medida que o interesse e nível de conscientização das pessoas em prol da preservação desses animais aumenta.

E, Praia do Forte é um centro de reprodução marinha.

Nesse sentido, o Instituto Baleia Jubarte sediado na cidade, recebe turistas em seu Centro de Visitantes para uma palestra educativa, com passar informações importantes e curiosidades sobre elas para quem quiser fazer o passeio, que tem duração de 4 horas.

O Passeio guiado de observação de baleias (barco ida e volta) custa entre R$280 e R$350,00, no entanto, pode ser realizado apenas em determinados períodos do ano, que são entre os meses de setembro e novembro, momento de procriação das baleias.

Cachoeiras de São Francisco do Paraguaçu, no Recôncavo baiano

A cidade de Cachoeira fica a cerca de 110 km de Salvador, no Recôncavo da Bahia. É considerada uma cidade histórica e heroica. Segundo o site o IBGE: “A 25 de Junho de 1822, antecipando o Grito do Ipiranga, Cachoeira já proclamava o Príncipe D. Pedro I como Regente: estava lançada a semente, que frutificou em 2 de julho de 1823, quando a Bahia definitivamente tornou-se livre do jugo português, consolidando a Independência do Brasil”.

Nota-se que aqui tem muita história para contar. O mesmo se dá com os distritos sediados por Cachoeira, a exemplo do Convento de Santo Antônio do Paraguaçu, construído entre 1600 e 1700. Foi um dos primeiros conventos franciscanos do Brasil. Hoje encontra-se em ruínas. Trata-se de uma pequena comunidade quilombola que vive da pesca e da agricultura de subsistência.

A pequena Vila de pescadores possui pouco menos de 2000 habitantes. É um ponto no mapa. Entretanto, a cidadezinha esconde verdadeiras belezas naturais. Uma delas, pouquíssima conhecida, é a Cachoeira da Escada do Sino. É possível fazer a trilha por dentro da vegetação de Mata Atlântica, a pé ou a cavalo, passando por paisagens ainda intocadas.

A trilha é conduzida por moradores locais, uma vez que a cidade não oferece a mínima infraestrutura turística. A cachoeira possui cerca de 60 m e impressiona quem a visita.

Outra possibilidade é a do Roncador, localizada em uma bifurcação da trilha que conduz a Cachoeira da Escada do Sino, cerca de 30 minutos a mais de caminhada.

Mais uma Cachoeira que merece destaque é a Gruta do Sol, que se encontra numa propriedade privada a cerca de 20 min de barco de São Francisco. Somente essa parte do trajeto é suficiente para encantar. O visitante é transportado por entre as comunidades ribeirinhas, através das águas do Rio Paraguaçu até um pequeno sítio secular, cercado de resquícios do Brasil colônia.

A partir daí, é necessário pegar uma pequena trilha de cerca de 20 minutos dentro da mata, até chegar a cachoeira, que simula uma gruta.

Escalada em Itatim

Itatim compõe a Zona Caminhos do Jiquiriça e está localizada a cerca de 3h de distância de Salvador (BA), pela BR 116. É cortada por um trilho de trem proveniente de uma ferrovia secular, que ainda se encontra em pleno vapor. Mantém algumas de suas tradições seculares, como festas populares e a feira realizada às segundas-feiras no centro da cidade.

Em razão de sua história e de sua formação geológica e geográfica, o turismo na cidade tem se tornado um potencial cada vez maior para a economia local. E, embora seja uma cidade relativamente recente, Itatim é bem estruturada.

No entanto, o que chama realente a atenção na cidade é a presença de diversos inselbergues –proveniente da palavra alemã inselberg, que significa “monte ilha”. Este é o nome dado às ilhas de pedra, localizadas no entorno de toda esta região.

Itatim caracteriza-se por essas formações rochosas. O nome da cidade está relacionado ao morro da Ponta Aguda. Além destes, é possível encontrar os morros do Enxadão, da Toca, do Roque, dentre inúmeros outros.

Em 2009 o município passou a fortalecer as práticas esportivas de escalada, sediando o VIII Encontro de Escaladores do Nordeste (EENE), considerado o evento mais importante da categoria no país.

Essas iniciativas passaram a fortalecer atividades como o montanhismo, trilhas ecológicas, ciclismo, visitas guiadas e caminhadas, e especialmente a escalada esportiva.

É importante destacar, no entanto, para encontrar maiores informações sobre serviços de guias e instrutores para a prática da escalada esportiva e outros esportes na cidade, as mídias sociais, como o Facebook e o Instagram, são mais efetivos do que os meios tradicionais, através dos buscadores do Google. Equipes como a Itatim Escalada Ecotreking realizam essa atividade.

Rapel em Milagres

A cidade de Milagres localiza-se a cerca de 4h de Salvador, pela BR 116. Sua história está associada aos milagres relatados por índio que morava nas montanhas da região. De acordo com a lenda, após ter despencado do alto de um monte, clamou por Nossa Senhora, que intercedeu em seu favor. Tendo saído ileso de uma queda tão alta, o ato foi atribuído a um milagre.

A partir de então, nasceu a devoção e os frequentes milagres. Ainda hoje, muitos fiéis afirmam vigorosamente ver aparições da imagem de Nossa Senhora dos Milagres na gruta que se encontra no Morro da Banda, razão pela qual a cidade atrai um grande número de romeiros.

No Morro da Bandeira também há uma fonte de água que dizem ser milagrosa e curativa, atraindo centenas de pessoas. Embora haja muito potencial, o forte na cidade não é o ecoturismo e o turismo de aventura, mas o turismo religioso.

No entanto, é possível realizar esses mesmos roteiros de fé, para descidas incríveis de rapel, contemplando visuais deslumbrantes pelos morros da cidade. Milagres é caracterizada por uma transição de biomas (caatinga e mata Atlântica), o que enriquece ainda mais a paisagem.

Assim como a vizinha Itatim, ideal para escaladas esportivas, a cidade de Milagres também é formada por inselbergs (ilhas de rocha), no entanto, ao contrário de lá, as rochas de Milagres não são tão boas pra escalada. Em compensação, são para o rapel.

E possível descer o morro da Bandeira, numa via de 45 m com equipes de rapel especializadas localizadas na região, a exemplo da Equipe Harpia Ecoturismo, responsável pelo rapel na cidade.

Cachoeiras do Parque Boa Nova

Localizada a 110 km de Vitória da Conquista e a cerca de 480 km de Salvador, no sudoeste da Bahia, o município de Boa Nova é cortado por uma cadeia montanhosa, que pode atingir, em dados pontos, até 1120 m acima do nível do mar.

Em razão de um conjunto de fatores que, combinados, criaram cenários propícios para o desenvolvimento de uma vegetação e clima bem particulares nesse território, que se caracteriza como uma zona de transição entre dois biomas distintos, uma junção de Mata Atlântica e Caatinga, também conhecida como Mata-de-Cipó.

Nacionalmente reconhecida pela sua biodiversidade, a região leste do município de Boa Nova é um refúgio para aves. Entretanto, a região também abriga rios, nascentes e dezenas de cachoeiras, em especial no distrito de Valentim.

A esse exemplo, tem-se a belíssima Cachoeira Sete de Setembro, com mais de 70 m de altura, Cachoeira do Olindino, com um grane poço para banho, Cachoeira do Roseno, dentre tantas outras. Guias locais realizam passeios ecoturísticos e são facilmente encontrados através das redes sociais, em especial Instagram.