Nesta quarta-feira, 5, foi diagnosticado coronavírus em um bebê recém-nascido, na cidade chinesa de Wuhan. De acordo com a CCTV, rede estatal chinesa, a criança recebeu o diagnóstico apenas 30 horas após o nascimento.

Ainda de acordo com a estatal, é possível que esse caso seja uma transmissão vertical, ou seja, o bebê pode ter sido contaminado pela mãe --que foi detectada com o vírus antes do nascimento do filho--, ou até mesmo após o parto.

Essa é a primeira vez onde uma criança é detectada com o coronavírus logo após o parto, o que o torna a pessoa mais jovem a ser diagnosticada com a doença. No último dia 3, um bebê nascido de uma mãe infectada testou negativo para o vírus, de acordo com a agência de notícias local.

O que se sabe do coronavírus até agora?

A tensão global diante de uma nova ameaça à Saúde começou no fim do ano de 2019. A Organização Mundial de Saúde recebeu alertas de uma grande quantidade de casos de pneumonia em na cidade de Wuhan, na China.

Logo após o alerta emitido, pesquisadores descobriram que o vírus se tratava de uma nova versão do coronavírus, que já causou epidemias em menor escala no início do século, principalmente na primeira década do terceiro milênio, quando o Sars matou certa de 800 pessoas pelo mundo.

A preocupação aumentou durante o mês de janeiro, quando os casos aumentaram nas cidades chinesas, e a proximidade das comemorações do Ano Novo Chinês, feriado nacional no qual muitas cidadãos do país saem da China para aproveitar os dias de descanso.

Até a noite desta terça-feira, no horário de Brasília, mais de 24 mil casos haviam sido detectados na China, e o número de pessoas mortas pelo vírus chegou à 490. Apenas dois casos fora da China continental resultaram em óbito, um nas Filipinas e outro em Hong Kong.

De acordo com a Agência Brasil, são 226 casos confirmados da doença no resto do globo, sendo 33 no Japão, 25 na Tailândia, 24 em Singapura, 18 em Hong Kong, 18 na Coreia do Sul, 13 na Austrália, 12 na Alemanha, 11 nos Estados Unidos e 11 em Taiwan.

Brasil tenta conter chegada do coronavírus

Na tarde de ontem (4), o Presidente da República, Jair Bolsonaro, decretou estado de emergência em saúde pública, na tentativa de conter o avanço do coronavírus no país. Existem 13 casos da doença suspeitos no Brasil, no entanto, nenhum ainda foi confirmado.

De acordo com o Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o estado de emergência demanda uma resposta coordenada das ações de saúde e um esforço Sistema Único de Saúde (SUS) para implementar políticas de contenção contra a propagação do vírus.

"Este evento está sendo observado em outros países do continente americano e a investigação local demanda uma resposta coordenada das ações de saúde de competência de vigilância e atenção à saúde entre as três esferas de gestão do SUS", declarou Mandetta à Folha de S.Paulo.

Brasileiros em quarentena falam sobre coronavírus

Desde a metade do mês de janeiro, os cidadãos da cidade de Wuhan, na China, estão sob quarentena. Dentre eles estão 29 brasileiros, que serão trazidos para o país pelas Forças Armadas, em um voo especial que tem previsão de chegada para o próximo sábado, dia 8 de fevereiro.

Ao UOL, alguns deles falaram um pouco sobre a vida sob quarentena no epicentro da crise global. Alguns, como a brasileira Reisi Leão, veem o período de reclusão como uma quase "prisão domiciliar". Outros, como Calebe Guerra, aproveitaram o período para se exercitar e adestrar o cachorro.

Quando chegarem ao Brasil, eles ficarão na base aérea de Anápolis, em Goiás. Os que apresentarem os sintomas do coronavírus, serão encaminhadas para o Hospital das Forças Armadas, em Brasília. Esses serão os últimos dos 70 brasileiros que estavam na cidade. Os outros conseguiram sair antes da proibição ser implementada.