O piloto escocês Stephen Cameron esteve em coma induzido devido à contaminação por coronavírus, usando um respirador por mais de dois meses. Durante este período, ele esteve internado em uma unidade de Saúde no Vietnã.

Após se recuperar e sair do coma, Stephen manda um alerta para a população que não respeita as medidas de contenção para a pandemia de coronavírus dizendo: "Não sejam blasés com o coronavírus".

Stephen Cameron

O piloto de 42 anos ficou conhecido por todo o Vietnã devido à gravidade de seu quadro de saúde após a contaminação. Stephen foi internado no mês de março, na instituição de saúde ele era chamado de paciente 91.

O seu caso foi tão grave que ele chegou a sofrer falência múltipla de órgãos reduzindo sua capacidade pulmonar em 90%, Stefhen tinha apenas 10% do seu pulmão em atividade. Durante os dois meses de coma induzido o piloto perdeu mais de 30 quilos e luta diariamente para conseguir voltar a andar.

Entrevista

Em entrevista à BBC, Stephen relatou que o caso dele é um exemplo vivo da gravidade que pode vir acompanhada do coronavírus e o que esse vírus é capaz de fazer com uma pessoa.

Falando sobre a dificuldade da população em seguir as normas do Ministério da saúde como usar máscaras de proteção ou manter o distanciamento social, ele diz que estar com a doença e passar um período de dez semanas ligado a aparelhos é algo muito sério, "não é brincadeira".

De acordo com os médicos, o piloto enfrentará um longo caminho até a completa recuperação.

Estado grave

Manish Patel foi o médico responsável pelo tratamento e cuidados de Stephen desde o dia 12 de julho. O médico respiratório afirmou que diversos pacientes que são internados na UTI comparam a experiência a correr uma maratona, e diz que o piloto escocês corre várias.

O país onde foi tratado, Vietnã, não registrou nenhum óbito por coronavírus desde o início da pandemia.

SUS

Os serviços de saúde pública também foram mencionados por Stephen, que se mostrou preocupado com as respostas a casos tão graves como o dele nestas instituições.

Reforçando a quantidade intensa de cuidados e suporte para sobreviver a doença causada pelo coronavírus, o piloto diz não acreditar que o sistema de saúde pública britânico (NHS) deu conta de atender uma demanda grande de casos semelhantes, que exijam a mesma quantidade de suporte.

Além do respirador, o uso de uma ECMO foi necessário para manter Stephen vivo. A máquina permite uma respiração extracorporal, e é um suporte de vida usado em casos extremamente graves.

A demanda em torno do piloto acabou se tornando um grande aprendizado para a equipe médica que pode utilizar a experiência adquirida no tratamento de casos semelhantes.