Uma japonesa de 48 anos matou a mãe em Tóquio e escondeu o cadáver durante dez anos em um freezer. O crime acaba de ser registrado pela Polícia local e foi divulgado pela imprensa da cidade asiática neste sábado (30). A polícia prendeu a mulher "sob suspeita de abandonar e esconder um corpo feminino".

O cadáver foi descoberto na quarta-feira (27) acidentalmente, por uma pessoa que foi fazer limpeza no apartamento, que passava por um processo de despejo. A causa exata da morte ainda não foi esclarecida, mesmo já tendo sido realizado uma necrópsia.

A vítima tinha 60 anos.

Assassina confessa

Yumi Yoshino, a assassina confessa, declarou à polícia que escondeu o cadáver para continuar a morar no apartamento, que estava em nome de sua mãe. Entretanto, o imóvel do conjunto habitacional em que vivia já estava em atraso de pagamento, e a moradora foi forçada a deixá-lo em meados de janeiro, início da descoberta do crime.

A locação de um apartamento na cidade é muito difícil, o que ocasionou a solução extrema de Yumi de ocultar o cadáver, mas ela não esclareceu o motivo de ter matado sua progenitora.

Alugar um imóvel em Tóquio é difícil

Tóquio é uma cidade caótica em termos de espaços para moradia. Encontrar um apartamento na capital é difícil e caro.

Para se ter uma ideia, existem até opções de imóveis com 8 metros quadrados.

Foi um crescimento desordenado que causou esse estrangulamento imobiliário nos dias atuais. No século 18, a cidade já era uma metrópole com mais de um milhão de habitantes, e a maioria deles vivendo em condições semelhantes às das periferias brasileiras, com casas bem próximas umas das outras em ruas estreitas.

Existe um subsídio para famílias morarem de forma mais barata, com uma espécie de auxílio financeiro, por um período entre entre 5 a 10 anos. São 200 mil apartamentos públicos construídos pelo governo nos últimos 10 anos, na tentativa de conter o déficit habitacional. Mesmo assim, ainda é um número pequeno.

Em comparação, ao programa brasileiro "Minha Casa Minha Vida", que dá a propriedade ao morador, o governo brasileiro construiu, no mesmo período, o dobro do número de imóveis da capital japonesa.

Em outro crime recente, assassino foi condenado à pena de morte

A criminosa pode ficar uma boa temporada na cadeia ou até ser condenada à morte - modalidade de punição que existe legalmente no Japão. Um japonês de 30 anos, por exemplo, Takahiro Shiraishi, foi preso e condenado à morte há dois meses por matar e esquartejar oito mulheres e um homem, com idades entre 17 e 25 anos, em 2017.

As vítimas foram encontradas por Takahiro nas mídias sociais, por isso ficou o criminoso ficou conhecido no Japão como "o assassino do Twitter". Takahiro confessou o crime e seus advogados pediram prisão perpétua, e não pena de morte, justificando que todas as vítimas haviam declarado tendências suicidas na internet e teriam dado consentimento para o assassino executar os crimes.