O presidente dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump, tem consultado assessores próximos para avaliar a possibilidade de conceder a si próprio um perdão presidencial nos momentos finais de seu mandato. O conturbado período de Donald Trump no comando da maior democracia do mundo se encerrará no próximo dia 20.

O jornal The New York Times foi o veículo de comunicação que afirmou que o mandatário estuda a ação que nunca antes na história dos Estados Unidos foi tomada por nenhum líder do Executivo.

O perdão para ele mesmo seria uma forma encontrada por Trump para se blindar de possíveis condenações e investigações depois que for substituído pelo democrata Joe Biden.

Segundo o periódico norte-americano, não se tem certeza se a curiosa ideia ganhou força após os trágicos acontecimentos ocorridos na última quarta-feira (6), quando manifestantes pró-Trump invadiram o Congresso dos Estados Unidos.

A ideia de se autoperdoar vem sendo discutida por Trump com seus assessores desde a disputa presidencial realizada no início de novembro de 2020 –no meio do mesmo mês, a vitória de Joe Biden já havia sido confirmada.

Enquanto continua insistindo em sua narrativa falaciosa de que ganhou nas eleições presidenciais, pois haveria tido fraude na contagem dos votos, Donald Trump vem amadurecendo a ideia com seus conselheiros.

Perdão em massa

Trump não cogita a possibilidade apenas para si mesmo, a lista de pessoas que poderiam ganhar o perdão presidencial inclui ainda seus filhos, Donald Trump Jr, Erick e Ivanka Trump.

Na lista também estariam o conselheiro da Casa Branca Jared Kushner e o advogado pessoal de Donald Trump Rudolph Giuliani.

O medo de Trump é o de ser investigado pelo recém-eleito Joe Biden assim que este assumir. Com o perdão, em teoria, Trump estaria salvo das investidas jurídicas do novo ocupante da Casa Branca.

Segundo o The New York Times, a história não é bem assim, e especialistas em direito nos Estados Unidos têm opiniões divergentes em relação ao perdão presidencial.

Polêmicas

Desde o começo de seu mandato, Donald Trump já concedeu 70 perdões presidenciais, com algum deles sendo considerados polêmicos.

No mês de julho, Trump concedeu o perdão presidencial para seu ex-conselheiro de campanha Roger J. Stone Jr.

Roger ganhou o benefício poucos dias antes de se apresentar em uma prisão federal para cumprir pena.

Roger foi condenado a 40 meses de prisão por tentar obstruir investigação do Congresso sobre uma interferência da Rússia nas eleições para presidente de 2016.

No fim de 2020, a poucos dias do Natal, Trump surpreendeu ao dar o perdão presidencial para quatro americanos que foram condenados por matar civis iraquianos.

Os americanos que receberam o perdão de Trump cometeram os assassinatos quando prestavam serviços para uma empresa privada de segurança em 2007.