Jair Bolsonaro encontra-se na cidade de Davos, na Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial. Na manhã desta quarta-feira (23), ele concedeu uma entrevista à agência de notícias Bloomberg, sendo questionado sobre as acusações que Flávio Bolsonaro vem sofrendo. "Se por acaso ele errou e isso for provado, lamento como pai, mas ele terá de pagar o preço por esses atos que não podemos aceitar", disse o presidente.
A Bloomberg afirma, em sua reportagem, que as investigações têm o risco de "minar a agenda anticorrupção do presidente". Isso porque o tema teve grande notoriedade durante a corrida presidencial do ano de 2018, pelo então candidato do PSL, sobretudo envolvendo o nome do Partido dos Trabalhadores, bem como de suas principais figuras, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que responde processo por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, estando detido na sede da Polícia Federal em Curitiba.
Movimentações financeiras 'atípicas' apontadas pelo Coaf
O nome de Flávio ganhou as manchetes dos jornais do país nas últimas semanas, desde que foram divulgadas movimentações financeiras consideradas "atípicas", na ordem de R$ 1,2 milhão, em conta pessoal de seu ex-assessor Fabrício Queiroz.
O registro foi feito pelo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf).
Em seguida, o Jornal Nacional, da TV Globo, revelou que o mesmo órgão fiscalizador encontrou 48 depósitos em espécie, na quantia de R$ 2 mil, no período entre junho e julho de 2017, nas contas bancárias de político.
O senador eleito, em sua defesa, afirma que a quantia é referente à venda de um imóvel localizado no Rio de Janeiro, tendo sido inclusive confirmada tal alegação pelo ex-atleta Fábio Guerra, o qual teria feito a aquisição da cobertura, localizada em Laranjeiras.
Suposta ligação com milicianos
A segunda acusação que é levantada contra o filho do Jair Bolsonaro diz respeito ao seu suposto envolvimento com os milicianos, alvos da Operação Intocáveis, deflagrada nesta terça-feira (22), em ação conjunta do Ministério Público do Rio de Janeiro e a Polícia Civil.
Mãe e esposa de um dos acusados de integrar o chamado "Escritório do Crime" --grupo de milicianos que exerciam uma série de atividades ilegais envolvendo extorsão na região onde agiam-- foram contratadas pelo gabinete de Flávio, na época em que ainda era deputado estadual. Em sua defesa, o político afirma que não teria sido ele quem fez as contratações.