O candidato à presidência do Senado Federal Renan Calheiros busca atrair parlamentares para se eleger com uma tática diferente dos seus rivais, segundo informou o jornal O Estado de S.Paulo. Renan sabe que muitos senadores podem ser alvos do ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, e, por isso, quer buscar o apoio deles para formar um "paredão" e evitar que leis mais rígidas possam atingi-los. Renan está se articulando como o candidato "anti-Moro".

Uma das ações do emedebista foi oferecer a primeira-vice presidência do Senado para o líder do bloco opositor, Cid Gomes (PDT-CE), irmão do candidato derrotado à presidência do Brasil Ciro Gomes.

Entretanto, há informações de que ele teria recusado essa proposta.

Contudo, para não perder votos dos parlamentares do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, Renan também demonstrou uma aproximação ao ministro da Economia, Paulo Guedes. Um dos meios de aproximá-lo do ministro é oferecendo um apoio para a reforma do INSS.

Corrupção e violência

O ministro da Justiça participará de vários encontros em Davos sobre assuntos que envolvem crimes de corrupção e violência. A experiência que Moro adquiriu com a Operação Lava Jato levou o ex-magistrado a ser um nome de referência no mundo todo no combate à corrupção e lavagem de dinheiro.

Outro tema de difícil solução e que testará todos os conhecimentos do ministro é a segurança pública.

Mesmo entrando há alguns dias na chefia da Justiça e da Segurança Pública, Moro se viu diante dos primeiros graves problemas que envolveram o estado do Ceará. Bandidos causaram terror ao atacar prédios públicos e vitimizar pessoas inocentes.

O ministro, até o momento, tem se mostrado relutante e já enviou tropas da Força Nacional para acalmar o estado, atendendo a um pedido do governador Camilo Santana (PT).

Em seu discurso no Fórum Econômico de Davos, Bolsonaro mostrou otimismo no combate aos crimes e disse que em breve todos irão visitar o Brasil com suas famílias.

Filho de Bolsonaro

No entanto, Moro está sendo pressionado em um assunto delicado que envolve um dos filhos do presidente, o senador Flávio Bolsonaro.

O ministro está sendo cobrado a dar respostas sobre as movimentações financeiras suspeitas de Flávio, que envolvem R$ 7 milhões.

Para piorar a situação, saíram reportagens de que ele teria empregado parentes de milicianos em seu gabinete.

Para o vice-presidente, Hamilton Mourão, há um "sensacionalismo" do Ministério Público do Rio em relação a Flávio, apenas por ele ser filho do presidente e, segundo Mourão, nada disso afetará o governo federal.