Diferente da eleição para presidente da Câmara dos Deputados, em que Rodrigo Maia (DEM-RJ) desponta como favorito, a disputa para o posto máximo do senado segue indefinida. As votações para escolher os presidentes das duas casas legislativas estão marcadas para esta sexta-feira (1º), quando os parlamentares eleitos no ano passado tomam posse.

Tanto no Senado como na Câmara, as Eleições devem começar no mesmo horário, por volta das 18h. Até lá, deputados e senadores farão suas últimas articulações para angariar votos e enfraquecer adversários.

Para se eleger presidente da Câmara e do Senado no primeiro turno é necessário obter o apoio da maioria.

Ou seja, 257 e 41 votos, respectivamente. Caso nenhum candidato atinja esse número, a disputa é decidida em segundo turno.

Senado

No Senado, o MDB, que possui a maior bancada da casa, está dividido. Isso porque os 13 senadores emedebistas ainda não chegaram a um consenso sobre quem será o candidato do partido. Renan Calheiros (MDB-AL) e Simone Tebet (MDB-MS) querem o cargo.

Simone Tebet já foi líder do MDB no Senado e desde que anunciou sua candidatura à presidência da casa, na segunda-feira passada (21), tem atraído políticos que fazem oposição a Renan.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que não iria interferir na disputa. No entanto, o senador eleito Major Olímpio (PSL-SP), que também se candidatou à presidência do Senado, chegou a afirmar em entrevista à revista Época que poderia fazer um acordo para apoiá-la, caso ela fosse escolhida como candidata do MDB.

“Acho que poderia se encaminhar para que a tradição da casa fosse respeitada, de que a maior bancada indica o presidente. O obstáculo para isso acontecer é a candidatura do Renan”, disse.

Segundo a revista digital Crusoé, Major Olímpio aceitou desistir de concorrer ao cargo para apoiar a emedebista. Ainda de acordo com a Crusoé, houve o adiamento do anúncio do apoio para não dificultar negociações com senadores mais à esquerda.

Renan Calheiros, por outro lado, tem buscado o apoio de caciques do partido. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, entre eles estariam Michel Temer e José Sarney.

Ainda de acordo com o jornal, nesta terça-feira (29), Renan Calheiros e Simone Tebet tiveram um “diálogo áspero” em reunião do partido. Nesse dia, a senadora renunciou à liderança da bancada.

Outro senador que disputa a presidência do Senado é David Alcolumbre (DEM-AP). Ele goza de boa relação com setores do Executivo e por isso é visto como forte candidato para o cargo, apesar de sua bancada ser a 4ª maior, com 6 senadores. O jornal O Globo revelou que a mulher do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), trabalha no gabinete de Alcolumbre. Segundo a revista Veja, o senador também tem mantido conversas com o presidente Jair Bolsonaro.

Outros parlamentares que anunciaram que disputariam o comando do Senado são: Tasso Jereissati (PSDB-CE), Álvaro Dias (PODE-PR), Esperidião Amin (PP-SC), Ângelo Coronel (PSD-BA), José Reguffe (Sem partido-DF).

Câmara

Se no Senado a disputa anda indefinida, na Câmara dos Deputados, o ritmo é outro.

A cada dia deputados que demonstraram interesse pela presidência da casa desistem do pleito. Enquanto isso, o atual presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), vai ficando mais perto de vencer a eleição.

Nesta terça-feira (29), o deputado Arthur Lira (PP-AL), que era visto como forte candidato, desistiu da presidência da casa para negociar com o bloco de Rodrigo Maia. Na quarta-feira (30), foi a vez do presidente da bancada ruralista, Alceu Moreira (MDB-RS), desistir após seu partido anunciar apoio ao candidato demista.

De acordo com o site Poder 360, do jornalista Fernando Rodrigues, até esta terça-feira (29) o deputado Rodrigo Maia havia conquistado o apoio de 13 partidos, que contam com 293 deputados.

Entre as legendas, está o PSL, partido do Governo que conta com 55 deputados federais.

De lá para cá, o demista conseguiu o apoio do PDT e do PC do B, como adiantou o jornal O Globo. As duas siglas, de esquerda, resistiam a apoiar Maia por conta do apoio do partido do presidente Jair Bolsonaro.

Devem concorrer com Rodrigo Maia pela presidência da Câmara os deputados João Henrique Caldas (PSB-AL), conhecido como JHC, Ricardo Barros (PP-PR) e Marcel Van Hatten (NOVO-RS).