A deputada Gleisi Hoffmann (PT) soltou uma nota dizendo que irá à posse do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, para mostrar que o seu partido não está de acordo com o posicionamento agressivo do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) em relação às políticas feitas em Caracas. A presidente do PT também afirmou que sua presença no país é para mostrar que a posição de Bolsonaro tem forte oposição no Brasil e contraria a tradição diplomática brasileira.

A deputada Gleisi ainda disse reconhecer o voto popular que Maduro recebeu e foi eleito, e que isso está conforme as regras da Constituição vigente.

Segundo a deputada, em qualquer país do mundo que os diretos do povo estejam ameaçados, ou por interesses da elite ou de interesses econômicos de outros países, o Partido dos Trabalhadores sempre será solidário a esse povo.

Na nota, a deputada também disse que o partido quer deixar bem claro que não concorda com a política de intervenção, que, segundo Gleisi, seria “golpista” e incentivada pelos Estados Unidos, com a adesão do atual Governo brasileiro e outros governos reacionários.

O pleito eleitoral venezuelano foi contestado por várias comunidades internacionais e, inclusive, pela oposição venezuelana e por boa parte da população do país.

Além da deputada Gleisi Hoffmann, outros chefes de Estado estarão na posse de Maduro nesta quinta-feira (10).

Entre esses chefes estarão o presidente boliviano, Evo Morales, que também esteve presente na posse do atual presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. Além dele, estará Miguel Diaz-Canel, presidente cubano, Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, representando o governo da China, o ministro da Agricultura, Han Changfu, e também o vice-presidente da Turquia, Fuat Oktay.

Por que o governo de Maduro não é reconhecido

A controvérsia começou em 2015, quando o presidente venezuelano Nicolás Maduro dissolveu o Parlamento de uma maioria opositora, que nunca, legitimamente, conseguiu legislar. Ainda, logo após o fechamento do parlamento, convocou uma nova Constituinte. Com sua maioria chavista, essa Constituinte adiantou a eleição para presidente, sendo realizada em maio.

Maduro foi reeleito por mais seis anos e o chavismo, que tem o controle do país desde 1999, ganhou força. Ele venceu nas urnas em uma eleição em que muitas das lideranças opositoras do seu governo foram proibidas de concorrer --os que não estão presos ou exilados foram proibidos de disputar qualquer cargo.