O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, pode colocar políticos em estado constante de alerta. Moro tem o objetivo de criar uma "Lava Jato permanente", como informa o portal Valor. Para isso, o ex-juiz federal mostra uma aproximação com militares do alto comando do Exército, Marinha e Aeronáutica, e também do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli.
A previsão orçamentária de R$ 5 bilhões pode fazer com que aconteça algo inédito na história da Segurança Pública, que seria a junção de práticas envolvendo trabalho conjunto entre as Forças Armadas, Polícia Civil e Militar dos Estados, além da Polícia Federal.
Um dos pontos será evitar a burocracia entre as instituições, abrindo um canal de diálogo.
Segundo avaliação de um dos integrantes da equipe ministral, como explica o Valor, a burocracia condiz com a demora na tomada de decisões, o que facilita a contextualização da onda de crimes vindos de organizações criminosas, como o Primeiro Comando da Capital, conhecido como PCC. O grupo é responsável por controlar presídios em diversos estados e ordenar assassinatos e roubos. O grupo também busca o monopólio do tráfico de drogas na América do Sul.
Histórico do ministro
Sergio Moro ganhou notoriedade pela sua forma de conduzir as investigações da Operação Lava Jato. Então juiz, colocou na cadeia o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e outros políticos e empresários envolvidos em crimes.
Dessa forma, recebeu convite de Jair Bolsonaro para assumir o superministério. Moro aceitou e agora busca costurar apoios para autorização de novas medidas no combate à corrupção e crime organizado. Pela posição que agora ocupa, Moro consegue maior espaço para aproximação com os militares.
Discurso de posse
Na última quarta-feira, 2 de janeiro, foi realizado a cerimônia de posse do ministro.
Em seu discurso, Moro enfatizou uma fala que atribuiu a Dias Toffoli. Na ocasião, o ex-juiz disse que a Justiça e o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) devem desenvolver a incrementação da qualidade da Segurança Pública e políticas penitenciárias. Moro chegou ao evento juntamente com o ministro da Corte.
Em outro momento durante a cerimônia de posse, Moro fez mais um aceno para Toffoli.
O ex-juiz citou a criação do Banco Nacional de Perfis Genéticos, que tem como objetivo a criação de cadastro biométrico para condenados. Um outro ponto de proposta de Moro é a infiltração de agentes em facções criminosas, os chamados "policiais disfarçados". O ministro pretende encaminhar o projeto de Lei.