Segundo informações do portal UOL, o vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), teve que se explicar ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) sobre a promoção do filho dele no Banco do Brasil. Segundo a mesma reportagem, Antônio Hamilton Rossell Mourão foi promovido para o cargo de assessor especial da presidência do Banco do Brasil, e vai ganhar um salário de R$ 36 mil, o triplo do que ele ganha atualmente. Essa decisão, que é defendida pelo vice-presidente e o presidente do banco estatal, gerou uma grande polêmica no Governo.
Essa polêmica foi gerada graças ao discurso do presidente Bolsonaro, que foi eleito dizendo ser contra privilégios e a favor da meritocracia no serviço público.
Segundo Mourão, a promoção do filho foi por mérito dele e não foi aceita antes, porque as gestões anteriores perseguiram Rossell por ser filho dele. Rossell Mourão é funcionário de carreira do banco, com 18 anos de experiência, e trabalhava havia 11 anos na Diretoria Agronegócio. Com a nova gestão empossada nesta segunda-feira (7), junto do novo presidente, Rubens Novaes, teve sua promoção, e terá que trabalhar diretamente com o presidente do Banco do Brasil.
Mesmo tendo 18 anos de instituição, esse “salto” da sua carreira foi visto com bastante estranheza por parte dos funcionários que trabalham no banco. Segundo alguns desses funcionários, esse cargo exige um nível muito alto de conhecimento do Banco do Brasil.
Os outros dois funcionários que exerceram a mesma função de Rossell Mourão da gestão passada –do ex-presidente Paulo Caffarelli– ocuparam postos de destaque antes de serem promovidos. Entre eles Marilia Prado de Lima, que foi superintendente do Varejo da administração do Banco do Brasil na região do Distrito Federal.
O filho do vice-presidente é formado em administração de empresas e também tem a formação de pós-graduação em agronegócio e em desenvolvimento sustentável.
A defesa de Mourão
Em seu twitter oficial, Mourão disse que o filho é de inabalável confiança do presidente da instituição e, ainda, que Rossell ingressou no BB por concurso público há 19 anos. Ainda segundo Mourçai, ele fez excelentes serviços dentro do banco, teve uma conduta irrepreensível, e, por gerar essa confiança no presidente do Banco do Brasil, foi o escolhido para o cargo.
Nos governos passados, a honestidade, e também a competência, não eram tão valorizados, segundo o vice-presidente.
Logo após a polêmica gerada, Mourão foi procurar Bolsonaro para dar as devidas explicações. Segundo as pessoas que auxiliam o governo, o vice de Bolsonaro disse que não havia sido informado sobre a promoção do filho antes dessa nomeação, e o presidente não quis comentar sobre o caso. Os ministros e assessores do governo estão em clima de constrangimento, segundo comentaram pessoas próximas ao governo.