O ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, tomou uma atitude em relação ao temor que ele vive diante de supostas ameaças que tem recebido. Bebianno revelou medo após ter seu nome envolvido em escândalos sobre as candidaturas laranjas do PSL e sobre as desavenças com Jair Bolsonaro e seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro.

Nesta sexta-feira (22), a coluna Radar, da revista Veja, divulgou uma matéria afirmando que o medo de Bebianno fez ele agir e se preparar. O ex-ministro teria entregado cartas a duas pessoas próximas com suposto nome de quem seria o responsável caso alguma coisa acontecesse com ele.

Conforme a publicação, ele deixou claro a essas pessoas: "se algo acontecer comigo, abram".

Em conversas restritas com amigos, Bebianno chegou a se queixar sobre a cisma que ele tinha dos apoiadores de Bolsonaro mais radicais. Vale ressaltar que o ex-deputado do PSOL Jean Wyllys, inimigo declarado do presidente da República, saiu do país após receber inúmeras ameaças de morte, envolvendo até mesmo a sua família. O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, chegou a dizer que as investigações estavam em andamento para descobrir quem seriam os autores dessas mensagens de ameaças.

Ressentimento

A revista IstoÉ divulgou uma matéria onde mostra que o ex-ministro Gustavo Bebianno ainda pode estar ressentido com sua demissão, já que ele foi um dos braços direito de Bolsonaro durante a campanha eleitoral.

No entanto, de acordo com a reportagem, ele teria feito ameaças indiretas para o Governo caso a situação ficasse pesada para ele.

Tudo começou na reunião tensa de sexta-feira passada (16), onde Bebianno mostrou áudios para se defender. Esses áudios acabaram vazados depois. Revoltado, o ex-ministro chegou a dizer que Bolsonaro estava usando o filho dele, Carlos, para desgastá-lo e chegou a dizer: "o senhor vai se arrepender muito disso".

Em seguida, Bebianno disse que o capitão da reserva não cumpre os compromissos. Ele deu como exemplo o senador Magno Malta, que de acordo com Bebianno, teria sido uma forte cabo eleitoral e não foi presenteado com uma pasta, conforme Bolsonaro supostamente tinha prometido.

Crise

Conforme informou o programa Café das 6, da Rádio Globo, nesta sexta-feira (22), a confusão com Bebianno foi algo tenso no governo, mas acabou sendo frustrada com o pacote anticrime de Sergio Moro apresentado ao Congresso. Os parlamentares também estariam determinados a aprovar a reforma da Previdência para evitar que o Brasil entre em colapso no seu sistema previdenciário.