Nesta quinta-feira (21), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que a partir das 20h locais (21h de Brasília) irá bloquear a fronteira com o Brasil. Após pedido do presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, países vizinhos e os Estados Unidos iriam entregar a partir de sábado (23) ajuda humanitária aos venezuelanos. Entretanto, Maduro vê a atitude como uma interferência política externa na Venezuela, informa o portal G1.

O governador de Roraima, Antonio Denarium (PSL), disse que a situação gera um clima tenso. No entanto, o governador garante que isso não impedirá a entrega de alimentos e remédios aos venezuelanos.

Até o momento, o governo federal não se manifestou sobre o bloqueio da fronteira. A Secretaria de Comunicação da Presidência disse que o caso foi enviado ao Ministério de Relações Exteriores. No entanto, o Ministério ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Roraima é o estado que está mais próximo da fronteira com a Venezuela. O estado foi alvo da entrada de diversos venezuelanos que vieram como fugitivos do país devido à crise humanitária, econômica e política que enfrentam com o regime de Maduro.

Governo brasileiro enviará medicamentos e alimentos

O Governo federal disse que será enviado até as cidades de Pacaraima e Boa Vista os alimentos que devem ser entregues aos venezuelanos. Contudo, até então, caminhões da Venezuela iriam atravessar a fronteira para que os brasileiros pudessem entregar os produtos.

O governador Antonio Denarium disse que a forma como será estabelecido a entrega nada afetará, pois os brasileiros não entrarão no solo venezuelano. Com isso, ele frisa que a ajuda deverá ser realizada, mesmo que se instale um clima de tensão.

O governador foi claro: "é atravessar e pegar a ajuda". Por outro lado, ele frisou que o Brasil é um país pacífico e que não teria nenhum problema com a Venezuela.

Denarium enfatizou que o objetivo é atender os venezuelanos que estão morrendo em situação de calamidade.

O pedido de ajuda humanitária veio de Juan Guaidó, que se auto-intitulou presidente interino da Venezuela em meio à crise do governo Maduro. O Brasil reconheceu Guaidó como presidente interino. O Itamaraty enviou nota dizendo apoiar o processo de transição.

Além do Brasil, os Estados Unidos e a Colômbia também apoiam Juan Guaidó como presidente.