Em uma entrevista concedida à agência Reuters e repassada pelo jornal Folha de S.Paulo, o vice-presidente da República, Antônio Hamilton Martins Mourão, se manifestou sobre o drama venezuelano, em se tratando da ditadura de Nicolás Maduro. Na última quinta-feira (14), o general Mourão comentou a respeito de prazos relacionados à suposta queda do presidente do país vizinho.
Mourão acredita que seja difícil, por ora, estimar prazos para essa situação, mas ressaltou que o ditador venezuelano "pode cair de uma hora para outra". O vice-presidente prosseguiu, ao afirmar que isso deverá ocorrer como um "castelo de cartas".
'Ventinho' e queda do ditador da Venezuela
Ao relatar à agência internacional o clima de crise política, institucional e econômica da Venezuela, o general Mourão considerou, de modo taxativo, que em relação a Nicolás Maduro "às vezes dá um ventinho e ele cai da noite para o dia".
Contudo, Mourão fez uma comparação com o muro de Berlim, que, segundo Mourão, ninguém estaria acreditando que cairia, porém, acarretou que o muro caísse da noite para o dia, ao concluir, que a Venezuela poderia trilhar esse mesmo caminho.
Entretanto, vale ressaltar que o Governo brasileiro, desde quando se iniciou sob a gestão do presidente Jair Bolsonaro, aumentou uma pressão automática sob a Venezuela. Uma da principais ações tomadas pelo governo brasileiro trata-se do reconhecimento da decisão em aceitar o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó.
A comunidade internacional vem reconhecendo gradativamente o presidente interino como legítimo.
O governo do presidente Jair Bolsonaro, nesta semana, autorizou um grupo do presidente interino Juan Guaidó, para que pudesse abrir um ponto de estoque relacionado à ajuda humanitária no estado de Roraima, que faz divida com a Venezuela, na região Norte do Brasil.
O general Mourão já chegou a ser adido militar na Venezuela (cargo exercido por um oficial das Forças Armadas acreditado junto a uma representação diplomática com a finalidade de trabalhar em estreita ligação com as autoridades militares locais), e conhece muito bem o país vizinho, porém, ressaltou que não existe risco de que o Brasil venha a se envolver diretamente com a situação do país governado por Nicolás Maduro.
Porém, o vice-presidente brasileiro foi taxativo ao afirmar que o Brasil não possuiria relações diretas com as Forças Armadas da Venezuela.
Ao discernir sobre outro assunto espinhoso, Mourão acredita que seja uma hipótese remota a possibilidade de que o Brasil mude a embaixada do país em Israel, para a cidade de Jerusalém, que é reivindicada tanto por israelenses, quanto por palestinos.