Segundo informações publicadas pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta terça-feira (12), os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) atuaram para que o Senado recuasse na abertura da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o "ativismo judicial" em tribunais superiores, apelidada de "Lava Toga".

Neste fim de semana, o jornal afirma que os ministros da Corte conversaram diretamente com senadores para tratar sobre o tema. À princípio, os senadores Eduardo Gomes (MDB-TO), Tasso Jerelssalt (PSDB-CE) e Kátia Abreu (PDT-TO) haviam concordado com a abertura da comissão.

Entretanto, desistiram antes que a mesma fosse instaurada.

A senadora Kátia Abreu se pronunciou, justificando que conversou com o ministro do Supremo Gilmar Mendes antes de tomar a decisão em recuar. Kátia avaliou que a abertura da comissão não estaria propícia para o momento atual do Brasil. Então, ela frisou que poderia ocasionar uma crise institucional no país.

Por outro lado, o senador Alessandro Vieira (PPS-PE), autor do pedido, disse que houve uma espécie de retaliação por parte dos ministros da Corte.

Dias Toffoli se pronuncia sobre a 'Lava Toga'

Contudo, nesta terça-feira, o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, declarou não haver qualquer tipo de interferência por parte dos ministros da Corte em relação à comissão.

Em reunião ao lado do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, foi justificado que o entendimento da não abertura da CPI aconteceu com plena "pacificação" entre os poderes.

No Senado Federal, o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), resolveu por cancelar o caso já que não haviam assinaturas suficientes para dar continuidade.

Logo após a decisão de Alcolumbre, Dias Toffoli enviou um parecer positivo, dizendo que o Senado mostrou habilidade para evitar possíveis conflitos que poderiam ocorrer entre os Poderes. Ainda assim, Toffoli enfatizou que, no momento, o Brasil precisa de união para poder voltar a se desenvolver e crescer.

Ainda segundo o Estadão, ministros ouvidos pelo jornal enfatizaram que o real sentido da CPI "Lava Toga" visava mirar os ministros do Supremo. Os ministros ouvidos fizeram a declaração em anonimato. Em tese, a CPI seria para atingir membros de tribunais superiores.