Segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, até a manhã dessa sexta-feira (15), o presidente, Jair Bolsonaro (PSL), não havia falado com o ministro da Secretária-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, que ficou com o futuro incerto depois de ser acusado, no domingo (10), em matéria da mesma Folha de S.Paulo, de ter repassado verba para candidatos laranjas.
O presidente Bolsonaro recebeu bastante pressão na última quinta-feira (14) para deixar Bebianno no cargo, mas, até o momento, o presidente não se pronunciou e a crise persiste. Onyx Lorenzonni, que é ministro da Casa Civil, deve ter um encontro ainda nesta sexta para discutir a situação que se encontra o Governo.
Ainda, o ministro Bebianno está em um hotel que fica em Brasilia, onde recebe apoiadores e amigos.
Bebianno se negou a pedir demissão, como esperava Bolsonaro --o que poderia facilitar a vida do presidente. Porém, o ministro nega que tenha qualquer participação ou responsabilidade dos envios de dinheiro do partido aos candidatos laranjas, e, por isso mesmo, se nega a pedir exoneração do cargo.
A verdade sobre o ministro da Secretaria-Geral
Segundo o site O Antagonista apurou nesta última quarta-feira (13), o ministro da Secretária-geral da Republica, Gustavo Bebianno, falou com o presidente Bolsonaro pelo aplicativo WhattsApp, no dia anterior, terça-feira (12). Assim, segundo o portal, o ministro havia falado com Bolsonaro em um primeiro momento.
Segundo os interlocutores, esse contato se deu através de trocas de mensagens por escrito e mensagens em áudios. Nessa mesma conversa, o presidente teria mandando o ministro cancelar a sua viagem para o Pará (onde teria uma reunião) e teria dito a Bebianno para cancelar uma reunião com o diretor de Relações Internacionais da Rede Globo, Paulo Tonet Camargo.
Ainda segundo o site O Antagonista, essas questões, que são consideradas menores, não justificariam que Carlos Bolsonaro atacasse em público Bebianno. O que mostra é que essa intenção teria pego carona com a denúncia de uso de candidatas mulheres como laranjas no PSL (Partido Social Brasileiro). Bolsonaro teria a consciência de que quem tinha responsabilidade de repassar esse dinheiro não era Bebianno e sim, os diretórios estaduais do PSL.
O site diz, por fim, que não se sabe até agora se Bolsonaro repreendeu ou não o filho, portanto, isso colaboraria com a tese que Carlos Bolsonaro teria tido, sim, permissão do pai para os ataques. Além do áudio do presidente que colabora com a tese de que Bolsonaro permitiu seu filho a fazer isso, se o presidente não confia mais no ministro, bastava demitir ele do cargo, segundo ponderou o portal.