Nessa quarta-feira (6), o jornalista norte-americano Cody Weddle e seu assistente venezuelano, Carlos Camacho, foram presos na cidade de Caracas, capital da Venezuela. Os profissionais foram detidos por membros do Serviço de Inteligência militar do Governo de Nicolás Maduro e passaram mais de 12 horas sob custódia de autoridades locais.
O Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP) contou que na manhã desta quarta Weddle teve seu equipamento confiscado e foi detido em sua residência. Nesta ocasião também prenderam o assistente do norte-americano.
Os dois profissionais foram interrogados por agentes de contra-inteligência do governo de Nicolás Maduro. Mesmo após anistia sugerida pelo autoproclamado presidente interino Juan Guaidó, o comando militar venezuelano ainda apoia Nicolás Maduro.
Porque prenderam o jornalista Cody Weddle
De acordo com a WPLG, canal que o jornalista presta serviços, seu último trabalho no país foi uma cobertura sobre a volta do de Guaidó à Venezuela.
Em uma rede social, o jornalista publicou na íntegra sua reportagem na qual destacava uma "triunfante volta do presidente interino" à capital do país. Os indícios apontam que essa publicação levou os militares que ainda são ligados ao regime de Maduro a prenderem Weddle e seu assistente.
A volta para casa
Na quarta-feira, o governo dos Estados Unidos também informou que vai revogar os vistos de 77 venezuelanos ligados ao presidente Nicolás Maduro. A intenção é deliberar os esforços para tirar o líder do poder na Venezuela.
O governo norte-americano já reconheceu Guaidó como legítimo chefe de estado e a prisão dos jornalistas motivou ainda mais protestos na cidade de Washington, capital dos Estados Unidos.
Depois do anúncio da detenção do jornalista norte-americano pelos oficiais venezuelanos, diversos órgãos e autoridades exigiram a libertação do profissional, como Luis Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA); Edison Lanza, relator especial para a Liberdade de Imprensa da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, e ainda a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP).
Cody tem 29 anos e trabalha como correspondente para a emissora WPLG –afiliada da rede de televisão ABC, da Flórida. De acordo com o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa, o jornalista já foi levado para o aeroporto internacional Simón Bolívar e logo vai ser deportado. O canal WPLG acrescenta que Cody Weddle voltará para os Estados Unidos ainda nesta noite.