O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello criticou a decisão de enviar para a Fundação da Lava Jato o valor de R$ 2,5 bilhões referentes à recuperação de dinheiro decorrente das investigações criminais da operação. A fundação escolhida é gerida pelos próprios procuradores e tem o objetivo de promover políticas que visam o combate aà corrupção.
Na opinião de Marco Aurélio Mello, a destinação do valor à fundação é um ato ilegal e também prejudica a prestação das contas, inviabilizando o controle fiscal. Segundo informações do colunista Tales Faria, do portal UOL, o ministro disse que é perniciosa a criação de "super órgãos" que podem inviabilizar o controle financeiro.
O ministro citou que isso leva a um total descontrole e classificou como uma "Babel", devido, segundo ele, à bagunça administrativa que o ato poderá propiciar.
O colunista conta que o dinheiro foi depositado no mês de janeiro e é proveniente de acordos entre o Brasil, Estados Unidos, a Petrobras e a chamada República de Curitiba. Contudo, o valor disponibilizado para a fundação representa cerca de 80% do capital da Petrobras que teria que ser devolvido aos Estados Unidos conforme descobertas de crimes através das investigações da Operação Lava Jato.
Círculo próximo a Bolsonaro
Ainda segundo Tales Faria, pessoas próximas a Bolsonaro estão temendo a força dos procuradores da Lava Jato do Paraná.
Aliados do presidente estariam sugerindo que ele adie par aum possível segundo mandato a proposta de derrubar a reeleição. Dessa forma, poderiam abafar uma campanha "Moro 2022".
Operação Lava Jato
As investigações da operação Lava Jato fizeram o ex-juiz federal Sergio Moro ganhar notoriedade. Moro colocou na cadeia grandes nomes da sociedade, incluindo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Agora, assumindo o cargo de ministro no governo Bolsonaro, a cadeira de juiz passa a ser comandada por Luiz Antonio Bonat, que terá em mãos processos referentes a operação. Bonat iniciará os trabalhos ouvindo testemunhas da 56° fase da Lava Jato que visa o superfaturamento em uma construção na cidade de Salvador, Bahia, que se tornaria sede da Petrobras.
Na tarde desta quinta-feira, 7 de março, Bonat começa a ouvir as testemunhas de acusação. Nesta ação penal, 42 pessoas se tornaram rés por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.