O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, foi entrevistado pela rádio BandNews nesta terça-feira (26) e falou sobre diversos assuntos polêmicos que envolveram seus trabalhos recentemente, como, por exemplo, as desavenças com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Questionado sobre a possibilidade de concorrer às eleições presidenciais no ano de 2022, Moro foi contundente e afirmou que aquela era uma pergunta inapropriada para o momento.
De acordo com o ex-magistrado, 2022 está longe de chegar em sua visão: "parece, para mim, daqui a 20 anos".
Ele considerou que a pergunta sobre uma suposta candidatura sua ao Palácio do Planalto não deveria ser feita nesse momento. O ministro comentou que está focado apenas em seu trabalho para que haja aprovações nos projetos de Lei defendidos pelo Governo. Moro admitiu que não tem "nenhuma pretensão" de concorrer em 2022.
Atritos com Maia
Sergio Moro também falou sobre as desavenças que teve com Rodrigo Maia na semana passada. De acordo com o ministro, o episódio foi "superdimensionado". Ele frisou que essas questões de discussões e debates envolvem a política e é algo natural. Moro disse que acredita ainda que seu pacote anticrime vai tramitar na Câmara e conta com o apoio dos parlamentares, inclusive de Maia.
Moro ressaltou, porém, que é necessário ter paciência. O meio político é um pouco diferente do que ele acostumava atuar. Contudo, o ex-magistrado disse que o momento é de união da sociedade em prol das propostas defendidas pelo governo. O ministro reiterou que não adianta querer se unir depois que o país vá para o buraco. O momento é agora.
Caso de Temer
Em sua entrevista, Moro também falou sobre a prisão e soltura do ex-presidente Michel Temer. O ministro enalteceu os trabalhos realizados pelo juiz federal Marcelo Bretas e afirmou que a determinação do desembargador do TRF-2 de soltar o ex-presidente "faz parte do jogo". Ele disse que as decisões da Justiça devem ser respeitadas, mesmo se não concordar com tal atitude.
O desembargador Antonio Ivan Athié, responsável em soltar Temer, disse que não é contra a Lava Jato e afirmou que também quer ver o país sem corrupção, conforme publicado pelo portal UOL. Todavia, ele disse que decidiu soltar o emedebista e outros investigados seguindo as garantias constitucionais asseguradas a todos.