O juiz da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro Marcelo Bretas foi o responsável por colocar na cadeia o ex-presidente Michel Temer, o ex-ministro Moreira Franco e outros alvos da Operação Descontaminação. Bretas decidiu publicar uma mensagem nas redes sociais destinada aos "brasileiros de bem".
A prisão de Temer durou pouco. Na noite da última segunda-feira (25) o ex-presidente e aliados foram soltos devido a uma decisão do desembargador Antonio Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). Contudo, na manhã de terça (26) Bretas publicou uma mensagem dizendo que o "silêncio é a única resposta que se deve dar aos tolos".
A mensagem foi vista por internautas como uma indireta à soltura de Temer e causou comentários, como: "Não desista. Estamos com você". Outros enfatizaram que todo o esforço das investigações da Lava Jato não pode ser levado em vão. O juiz federal frequentemente faz postagens nas redes sociais, onde mostra seus treinos de musculação e seu hobby pela música --no caso, ele também toca bateria. Bretas é pai de dois filhos e tem 49 anos.
Desembargador contrariou decisão de Bretas
O desembargador Ivan Athié justificou a soltura dos condenados por Bretas dizendo que os fatos colocados em questão são considerados "antigos". Segundo o desembargador, a suposição de fatos antigos não pode justificar a prisão preventiva dos acusados.
Michel Temer deixou a prisão por volta das 18h37 de segunda-feira. Ele estava em uma cela improvisada na sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro. Na saída, houve protestos em frente à PF. Em seguida, Temer foi para sua casa. O ex-ministro Moreira Franco também deixou a prisão na última segunda, por volta das 19h.
O desembargador Athié disse que seria impossível analisar todos os pedidos de habeas corpus que chegou em sua mesa na sexta-feira.
Portanto, só conseguiu tomar a decisão de soltura dos acusados na segunda-feira.
Além do mais, o desembargador disse reconhecer a conduta do juiz Marcelo Bretas, elogiando-o como notável, seguro, competente e corretíssimo juiz. Entretanto, avaliou que houve caolha interpretação dada pela decisão de primeiro grau. Em sua decisão, o desembargador firmou que não é contrário à Lava Jato e que também deseja ver o Brasil sem Corrupção.
O partido de Temer, MDB, declarou que a soltura do ex-presidente significa o restabelecimento da ordem.