O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, comentou nesta quinta-feira (14) a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de que crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, quando ligados a caixa 2, devem tramitar na Justiça Eleitoral.
Moro ressaltou que, independente dos méritos da Justiça Eleitoral, ela não está "adequadamente estruturada" para tratar de crimes mais complexos, como corrupção ou lavagem de dinheiro. O ministro, no entanto, ressaltou que a decisão do STF deve ser respeitada.
Na sessão desta quinta-feira (14), o Supremo decidiu por 6 votos a 5 que crimes comuns relacionados a delitos eleitorais devem tramitar na Justiça Eleitoral.
Para os ministros que venceram a votação, essa já é a jurisprudência da Corte há décadas. No entanto, os ministros que foram vencidos viram o Brasil retroceder diante dos casos de corrupção.
O ministro Marco Aurelio Mello chegou a dizer que mesmo os casos proferidos antes dessa decisão da Corte podem ser anulados.
Guerra entre STF e Lava Jato
Conforme matéria do jornalista Bruno Boghossian, da Folha de S.Paulo, uma verdadeira guerra envolve a Operação Lava Jato e a mais alta Corte do país.
O procurador Diogo Castor escreveu que o STF preparava um "golpe' contra a Lava Jato e que a força-tarefa estava sendo alvo de ataques sombrios e covardes. O ministro Gilmar Mendes contra-atacou e disse que o Ministério Público possui integrantes cretinos, gangsters e gentalha.
A tensão está altíssima. O julgamento da Corte, segundo o jornalista da Folha de S.Paulo, pode ser uma reação dos ministros contra a Lava Jato. O presidente da Casa, Dias Toffoli, afirmou que abriu inquéritos para investigar a divulgação de notícias falsas que envolviam os ministros. Os alvos desse inquérito são os procuradores Diogo Castor e Deltan Dallagnol.