O ator Wagner Moura, grande crítico do governo Bolsonaro e da direita, concedeu uma entrevista ao portal UOL sobre a estreia de seu filme "Marighella". Em declaração, o ator disse que é um admirador de Carlos Marighella e relata que vê grande parte da juventude brasileira com características do guerrilheiro. Na entrevista, ele aproveitou para criticar Jair Bolsonaro e a direita brasileira.
Wagner Moura conta que Marighella é um nome importante para aqueles que são interessados pela história do Brasil. Ele ainda diz que nas escolas públicas, atualmente, é possível encontrar uma juventude "marighellesca", e que essa onda de resistência está mais forte hoje do que na sua época escolar.
Além de elogiar Marighella, o ator, por outro lado, chamou a direita do Brasil de "medíocre" e "agressiva". Wagner Moura contou que tinha a ideia de conversar com alguém da direita brasileira, mas segundo ele, quando olha em seu entorno, não consegue encontrar ninguém para poder trocar ideias. O ator também disse que por conta do filme vive um momento de descrédito, mas que ele estaria pronto para encarar a situação.
O ator esclareceu que após a gravação do filme, esperava que as pessoas lhe procurassem para debater as questões. No entanto, ele cita que gravaram um vídeo como se ele estivesse cheirando cocaína por conta de uma entrevista que concedeu ao portal Brasil de Fato. Moura explicou que na ocasião ele estava com rinite e por isso mexeu no nariz algumas vezes.
O ator comentou sobre o atual governo e disse que a "mamadeira de piroca" teria ganho as Eleições no Brasil e minimizou que teriam sido apenas erros da esquerda, mas insinuou que um grupo tomou o poder. Além do mais, ainda citou o governo de Donald Trump, dizendo que o americano mente cerca de onze vezes ao dia.
Ator acredita que Bolsonaro nunca leu um livro
Wagner Moura questionou se o presidente Jair Bolsonaro já teria lido algum livro. Ele ainda cita que não acredita nem que o presidente tenha ido alguma vez ao teatro. Então, diz que seu filme será uma resposta para o grupo que "tomou o poder" no Brasil. Contudo, diz que não é uma resposta direta a Bolsonaro, seria algo muito "maior" que isso.
'Boicote financeiro'
Wagner Moura declarou que o único boicote que teria sofrido para a realização do filme foi o financeiro. O ator disse que ninguém queria dar dinheiro para a gravação. Contudo, declara esperar ver pessoas "jogando merda" na tela do Cinema quando forem assistir o filme e que ele estaria preparado para todas essas reações.