O ministro da Justiça, Sergio Moro, foi entrevistado pelo portal Valor e esclareceu pontos sobre as investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco. Moro também comentou sobre o andamento do processo de Adélio Bispo e polêmicas que envolvem o governo de Jair Bolsonaro.
Moro disse que as investigações sobre o assassinato da vereadora avançaram bastante. Agora, o ex-juiz federal cita que é preciso chegar ao mandante do crime. Moro disse que a impressão que se tem no caso é que existem mandantes por trás dos acusados.
Além do mais, o ministro foi questionado se existe relação entre familiares de Jair Bolsonaro com o caso de assassinato.
Em resposta, Moro negou qualquer tipo de vínculo com a família Bolsonaro. Ele disse que isso não é cogitado e sequer pode ser uma hipótese. Moro esclareceu que existe uma aspiração tanto no âmbito federal quanto no estadual para que o caso seja realmente esclarecido.
O ministro da Justiça também respondeu sobre o andamento de investigações de Adélio Bispo, o autor da facada contra Bolsonaro no auge da campanha eleitoral no ano passado. Segundo Moro, o caso é bastante grave por se tratar de um atentado contra um candidato à Presidência da República. Então, o ministro diz que o inquérito nas mãos da Polícia Federal está sendo trabalhado para ser concluído, porém não se deve abrir mão de duas hipóteses: se Adélio Bispo agiu sozinho ou se agiu a mando ou incentivo de outras pessoas.
O Valor disse que Bolsonaro não acredita no fato de Adélio ter agido sozinho. Contudo, Moro declarou que o presidente está sensato em relação ao caso e acompanha as investigações, tendo o próprio presidente declarado que há de se aguardar as conclusões finais da polícia.
Em relação aos laudos psiquiátricos de Adélio, Moro sinaliza que isso está em um campo específico e não há o que se pronunciar.
Crise no governo e aceitação para ser ministro
Moro disse que não há nenhum tipo de arrependimento pelo fato de ter aceitado ser ministro no governo Bolsonaro. Moro ainda diz que não vê crise no mundo real e que uma série de questões devem ser construídas, como a melhor relação entre o governo e o Congresso Nacional.
Moro foi questionado sobre o recuo na nomeação de Ilona Szabó para a vaga em seu ministério.
O ministro disse que houve repercussão negativa na nomeação e por isso ele revisou o convite. Ele contou que o recuo é algo que pode ocorrer no mundo político e que o episódio foi superdimensionado pela imprensa.