A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defende que o processo que mira o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, seja remetido à Justiça Eleitoral, no Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS). A princípio, as investigações estavam no Supremo Tribunal Federal (STF), mas conforme recente decisão dos ministros da Corte, casos relacionados a crimes eleitorais devem ser avaliados pela Justiça Eleitoral. Dessa forma, o ministro Marco Aurélio Mello enviou o caso de Onyx para o âmbito eleitoral.
Entretanto, a defesa do ministro impetrou um pedido para que o Supremo analise a questão.
Raquel Dodge rebateu o pedido através de uma manifestação encaminhada ao Supremo nesta última terça-feira (26). A justificativa de Dodge é de que os crimes apontados contra o ministro de Bolsonaro não estão ligados às atuais funções públicas. A Corte entendeu que o foro privilegiado deve ser aplicado apenas a crimes que ocorreram durante o mandato.
A delação premiada do dono da empresa JBS Joesley Batista e dos ex-executivos da empresa Ricardo Saud e Demilton Antônio de Castro declararam repasses de dinheiro ilícito para o atual ministro da Casa Civil. Através de doações que não teriam sido contabilizadas o ministro recebeu cerca de R$ 100 mil no ano de 2012 e posteriormente mais R$ 200 mil em 2014.
Onyx Lorenzoni admitiu erro
Em maio de 2017, o então deputado Onyx admitiu o erro de ter recebido caixa dois da empresa JBS. O dinheiro foi para sua campanha de 2014. No entanto, em 2018, o ministro negou que tenha recebido um segundo repasse do valor destinado a sua campanha de 2012. A justificativa de Onyx foi de que, na época, ele não era candidato.
Onyx declarou que essa não seria a primeira vez que tentam envolvê-lo em crimes de corrupção. Contudo, afirmou compromisso, dizendo que ele é um dos combatentes no combate à corrupção durante sua vida. Onyx disse não ter nada a temer sobre o caso.
Ministro articula reforma da Previdência no Congresso
Onyx está articulando a votação para aprovação da reforma previdenciária a fim de construir uma base aliada de deputados.
O ministro se reuniu com líderes da Câmara e irá até o Senado federal. Segundo o ministro, estão realizando um "gigantesco trabalho" em prol da reforma da Previdência. De acordo com seus dados, cerca de 300 parlamentares foram recebidos no Planalto para conversar sobre o tema.