A "Folha de S.Paulo" publicou em sua edição deste domingo (7) um artigo escrito pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cumpre pena na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, por Corrupção e lavagem de dinheiro. O artigo seria uma forma de ressaltar um ano de prisão do petista que foi alvo da Operação Lava Jato. O Governo Bolsonaro reagiu através de seus membros, afirmando que Lula "destruiu o país".

No artigo, Lula criticou Jair Bolsonaro dizendo que ele era uma "vergonha" para o povo brasileiro, criticou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, que segundo o líder do PT, nunca provou nada sobre os supostos atos de corrupção praticados pelo petista, e fez criticas indiretas às Forças Armadas.

Para Lula, os generais pressionaram o Supremo Tribunal Federal (STF) para que os ministros não concedessem o seu habeas corpus e ele continuasse preso.

Diante de todas essas críticas, insinuações e opiniões, o governo Bolsonaro, através de sua líder no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), retrucou e disse que o petista tem que entender que ele é apenas um presidiário e não deve ficar expondo sua opinião. Segundo Joice, "Lula é um imbecil". Ela afirmou que o petista destruiu o Brasil e agora resta ao presidente Jair Bolsonaro reconstruir a devastação feita pelo ex-presidente.

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, comentou que o artigo de Lula não merece comentários e reiterou que o líder do PT está "desacreditado e desmoralizado".

Indignação

No artigo, Lula cita que os procuradores da Lava Jato agiram de má-fé contra ele. Para o petista, o objetivo da Lava Jato seria tirá-lo da eleição presidencial, abrindo caminho para a vitória de Jair Bolsonaro. O ex-presidente citou que ocorreram grampos ilegais de telefones de sua equipe de defesa e que envolveram a ex-presidente Dilma Rousseff.

Outro ponto levantado pelo petista foi a condução coercitiva que, para Lula, foi como um "sequestro". Segundo ele, os agentes federais reviraram sua casa, apreenderam objetos dos seus netos, e nunca acharam nada que comprovassem os crimes.

Lula também questiona a atuação de Moro e diz que o ex-magistrado foi parcial em seus julgamentos.

O petista comentou que a sua libertação é importante para a democracia, entretanto, querem evitar o processo democrático no Brasil, declarou.

Atos pelo Brasil

Neste domingo (7), dois grupos de manifestantes acabaram entrando em confronto na avenida Paulista, em São Paulo. Um grupo defendia a Lava Jato e o outro queria a liberdade do ex-presidente.

Conforme informações da rádio CNB, integrantes que gritavam "Lula livre", teriam sido agredidos quando passavam perto do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Uma mulher que defendia Lula teria provocado os manifestantes a favor da Lava Jato. A PM foi chamada e teve que intervir.