O senador Marcos do Val (PPS-ES), que é um dos relatores do pacote anticrime do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, relatou que sofreu ameaças por e-mail. Segundo ele, o texto com teor agressivo foi encaminhado a caixas de mensagens dele e de sua família e continha endereços de suas residências. Preocupado, ele acionou a Polícia do Senado e abriu um boletim de ocorrência.
As mensagens são fortes e tentam atingir familiares do parlamentar. Numa delas, o sujeito anônimo diz que vai descontar tudo na irmã do senador. "Vamos sequestrar e estuprar sua irmã", diz o texto.
Num primeiro momento, o senador utilizou as redes sociais para alertar sobre as ameaças recebidas. Por meio do seu Instagram, Marcos do Val comunicou a todos que após ter sido designado para ser um dos relatores do projeto anticrime de Sergio Moro, ele foi alvo de ataques ameaçadores contra sua integridade física e dos seus familiares. Vale ressaltar que o projeto anticrime defendido pelo Governo de Jair Bolsonaro visa combater com veemência organizações criminosas, atos de corrupção e crimes praticados com alta violência.
Conforme informações da assessoria de do Val, ele atribui os ataques pelo fato de ter sido nomeado como um dos relatores do projeto de Moro, decisão que ocorreu nesta segunda-feira (1°).
O senador, embora tenha recebido esse tipo de recado agressivo, avisou que não vai se intimidar e não mudará de ideia. Ele disse apenas que está tranquilizando seus familiares que ficaram aflitos com o e-mail.
O parlamentar afirmou pelo Instagram que já recorreu à Polícia Legislativa e à Advocacia-Geral do Senado. Segundo ele, esses são os caminhos para ele garantir que seus trabalhos possam ocorrer normalmente com segurança tanto para ele quanto para sua família.
O parlamentar já avisou Sergio Moro e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), sobre as ameaças. Órgãos de Inteligência irão investigar de onde vieram as mensagens contra o senador e sua família.
Pacote anticrime
Marcos do Val vai relatar a parte do projeto anticrime que possui alterações no Código Penal e em outras normas.
Nessa parte, existem várias polêmicas, como prisão após condenação em segunda instância, endurecimento do regime prisional, e o "plea bargain", que se trata de redução de penas em acordos com confissão de crimes.
O pacote anticrime de Moro também sofreu algumas críticas. Segundo especialistas, policiais podem cometer excessos em operações e se livrarem de punições, destacou o site do jornal O Globo.