A atriz Regina Duarte participou do programa "Conversa com Bial", da Rede Globo, na madrugada desta quinta-feira (30), e desabafou sobre as diversas críticas que recebeu após declarar abertamente o seu apoio ao presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.
"Em 2002 fui chamada da terrorista e hoje sou chamada de fascista, olha que intolerância?"
Durante a entrevista, ela disse que chegou a ser chamada de "terrorista", em 2002, após dizer em uma peça de campanha eleitoral presidencial que tinha medo da ascensão do PT ao poder. "Hoje sou chamada de fascista, olha que intolerância?", continuou.
Para ela, existe muita intolerância sobre as discussões políticas que envolvem o país e falta mais respeito às opiniões de todos.
Entrevistada por Pedro Bial, Regina Duarte comentou sobre a biografia que está escrevendo e relembrou vários trabalhos feitos na TV e que a consagraram como uma renomada artista.
Entretanto, o assunto de política foi um dos destaques da atração. De acordo com a artista, existe muita censura por parte das pessoas que fazem oposição ao Governo de Bolsonaro. Ela disse que ficou surpreendida com vários acontecimentos em sua vida, principalmente por pessoas não respeitarem a democracia e entenderem que todos devem ter o direito de pensar naquilo que acha melhor para o Brasil.
"Não saio xingando as pessoas por aí", desabafou.
Um dos grandes sucessos da atriz foi a personagem Malu, que era muito feminista e contra os valores da época. Regina Duarte disse que nunca se declarou feminista, embora tenha interpretado essa personagem da série "Malu Mulher". Ela acredita que existem caminhos intermediários e ressaltou que continua sendo conservadora.
De acordo com a atriz, um de seus temores é de ficar bem velhinha e ver que esse mundo está perdido.
Regina Duarte já fez vários elogios ao presidente Bolsonaro. Além de ter declarado abertamente seu voto ao capitão da reserva, a atriz disse ao jornal O Estado de S. Paulo, em 2018, que ele era "um cara doce". O seu jeito masculino também encantou ela.
Criticada por diretor
Em uma entrevista recente à Folha de S.Paulo, o diretor Daniel Filho contou que fez questão, na época, de que Regina Duarte fosse a protagonista da série "Malu Mulher", tendo o rótulo de "namorada do Brasil". No entanto, o diretor, que é crítico ao atual governo, afirma que não consegue compreender o porquê da atriz ter um viés político voltado à direita. Ele afirmou que chegou a viajar com ela para Cuba, onde foram recebidos por Fidel Castro. O diretor disse que ela era de esquerda e mudou drasticamente. Contudo, ele ressalta que se mantém desse lado da esquerda e é contra o governo Bolsonaro.
Regina Duarte também já apoiou Fernando Collor de Mello, Fernando Henrique Cardoso e José Serra. Para Daniel Filho, a personagem "Malu" nunca votaria em Bolsonaro.