Nesta quarta-feira (29), Rodrigo Maia, o presidente da Câmara dos Deputados, tentou amenizar a afirmação feita pelo presidente da República, Jair Messias Bolsonaro. Durante um evento ocorrido em Brasília na noite desta terça-feira (28), Bolsonaro disse que, "com a caneta", possuía mais poder que Maia.

O presidente se referia ao poder que ele tem sobre decretos. Segundo ele, há muitas normas, decretos e portarias que são desnecessárias, e acabam atrapalhando a economia brasileira. Por conta disso, ele garantiu que iria "desregulamentar muita coisa" que não estava beneficiando o país.

Para exemplificar sua afirmação, Bolsonaro criticou a atuação de fiscalização da Fundação Nacional do Índio (Funai) e falou sobre um empresário do Paraná que o procurou para reclamar quanto ao fato de ter sido exigido um parecer da Funai para que ele fizesse um terminal de contêineres.

O presidente citou durante seu discurso que almejava que a baía de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, se tornasse uma Cancún, e que, para que isso se tornasse possível, era necessária a revogação de um decreto de 1988 que permitiu que a estação ecológica de Tamoios fosse demarcada.

Maia não vê maldade em afirmação de Bolsonaro

Rodrigo Maia afirmou que não via maldade na frase dita pelo presidente Jair Bolsonaro na noite de ontem.

Para Maia, a frase não deve ser vista fora do contexto em que ela foi dita a ele. Segundo Maia, o presidente estava se referindo apenas aos decretos, e amenizou a situação dizendo que é importante manter um ambiente sem tensões para que os brasileiros vejam que eles estão preocupados em ajudar o país. "Ele fala da questão do decreto, na importância que um bom decreto tem na regulamentação de projetos de lei, não tem maldade nenhuma não", disse.

“Vamos manter o ambiente distensionado, em que o brasileiro olhe para a gente e saiba que estamos preocupados em recuperar o país", completou Maia.

Maia diz que apresentará proposta de Bolsonaro

O presidente da Câmara disse que discutirá com as lideranças de partidos as contribuições da Casa em relação ao “pacto republicano” com poderes que foi proposto por Bolsonaro em resposta às manifestações.

Além de Maia e Bolsonaro, o pacto também está sendo discutido pelos líderes do senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli.

Rodrigo Maia disse que iria submeter a proposta do presidente aos líderes partidários e que iria discutir os textos juntamente com eles. Maia afirmou que tinha que representar a maioria da Casa e que veria o que poderia ser assinado. “Vamos ver o que posso assinar. Tenho que representar a maioria da Casa", resumiu o presidente da Câmara.