O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, participou, nesta quarta-feira (8), de uma audiência na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado ocorrido na Câmara. Entretanto, parlamentares acabaram se desentendendo e um pequeno tumulto teve que ser contido pela turma do "deixa disso". A confusão começou quando um deputado petista fazia perguntas ao ministro.

Conforme informações divulgadas no portal UOL, Rogério Correia (PT-MG) estava conduzindo uma pergunta ao ministro da Justiça. No entanto, ele foi interrompido pelo deputado Delegado Éder Mauro (PSL-PA).

A deputada Nathalia Bonavides (PT-RN) não gostou da interrupção de Éder e tocou em seu braço pedindo para que ele não atrapalhasse o parlamentar que estava conduzindo a pergunta a Moro. Éder ficou nervoso e gritou dizendo que ela não teria o direito de tocá-lo.

A situação acabou ficando pior quando o deputado petista Paulo Teixeira (SP) tentou intervir na situação. Éder se sentiu ameaçado e começou a questionar enquanto gritava: "senão você vai fazer o quê? Vai me bater?". Aos poucos a situação foi se acalmando.

Coaf

Nesta audiência, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) estava no centro da questão. Parlamentares da oposição juntamente com o grupo que forma o Centrão querem que órgão volte para o Ministério da Economia.

Quando o presidente Jair Bolsonaro entrou no cargo decidiu enviar o Coaf para o Ministério da Justiça e Segurança Pública ficando sob a alçada do ex-magistrado. .

Paulo Teixeira levantou suspeitas de que o Coaf poderia ser alvo de vazamentos de informações se continuasse na pasta da Justiça. Moro pediu "cordialidade" aos parlamentares.

Em defesa do Coaf em seu Ministério, Moro disse que quando entrou no cargo não pediu para que o órgão viesse para sua pasta. Entretanto, segundo o ministro, foi feito uma avaliação e chegou-se a conclusão de que o Coaf estava um pouco descuidado no Ministério da Economia. Para o ex-magistrado, é de suma importância que o Coaf seja fortalecido a fim de aumentar a integração com a Polícia Federal, o MPF e policias estaduais.

De acordo com Moro, seria um ponto estratégico no combate ao crime organizado.

Vale ressaltar que o Congresso Nacional é que decidirá se o comando do Coaf ficará na Justiça ou voltará para a pasta da Economia, através das análises que serão feitas diante da Medida Provisória que reorganiza a estrutura do Governo.

Nesta terça-feira (7), Moro fez várias reuniões com parlamentares expressando a importância do Coaf continuar no Ministério da Justiça. Porém, há grandes tendências dele não conseguir esse objetivo diante da intenção da oposição em comum acordo com parlamentares do Centrão.