Sergio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública, foi questionado sobre a possibilidade de assumir uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente Jair Messias Bolsonaro afirma ter firmado um compromisso com o ministro de indicá-lo para disputar uma vaga ao STF. A afirmação foi feita no domingo (12) pelo presidente.

Na segunda-feira (13), durante uma palestra em Curitiba, Moro foi questionado a respeito da possível indicação dele ao STF. O ministro declarou que não havia estabelecido nenhuma condição para assumir o atual cargo no Governo.

"Ele [Bolsonaro] foi eleito, fez o convite publicamente, fui até a casa dele no Rio de Janeiro. Nós conversamos e eu não estabeleci nenhuma condição”, disse Moro.

Ao final do evento, Moro comentou a declaração de Bolsonaro que foi feito durante entrevista à rádio Bandeirantes. Dizendo se sentir honrado, mas ponderando que ainda não era o momento para se decidir, visto que no momento não há vagas no Supremo Federal, e que só deverá surgir vaga em novembro de 2020. A vaga à qual Moro faz alusão é a do ministro Celso de Mello, decano da Corte, que irá se aposentar ao completar aos 75 anos.

Após lembrar que ainda não há vagas no STF, Moro garante que se Bolsonaro refizer o convite quando abrir uma vaga irá analisar se aceitará ou não.

O ministro acredita que ocupar uma vaga no STF é o sonho de qualquer magistrado, mas garantiu que não está se preocupando com isto no momento.

Em palestra, Moro fala sobre o Coaf

Após perder o controle do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Moro falou durante a palestra que ocorreu em Curitiba que o Coaf pode ser negligenciado pelo Ministério da Economia.

Na opinião do ministro, o órgão teria seu valor reconhecido e valorizado no Ministério da Justiça.

Moro garantiu que não há nada pessoal envolvido em sua relação com Paulo Guedes, ministro da Economia, mas afirmou que, devido às ocupações e responsabilidades dele, talvez o Coaf não recebesse a devida atenção. O ministro disse também que após terem aprovado a transferência do órgão para o ministério da Economia, já houve aumento do número de servidores que anteriormente era 37 e agora passou a ser 55, e segundo ele, é possível que esse número aumente para 65.

Durante a palestra, o presidente do Coaf, Roberto Leonel, também defendeu que Moro permaneça controlando o Conselho.

A decisão de transferência do órgão aprovada em comissão especial passará ainda por votação na Câmara e Senado. O prazo para que isso tenha que ocorrer é até o dia 3 de junho, pois a MP perderá a validade nesta data.