No último domingo (16), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que ficou perplexo com o tratamento que o ministro da Economia, Paulo Guedes, deu ao ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy.
Paulo Guedes havia dito que entendia a angústia de Bolsonaro, visto que Joaquim Levy havia designado nomes ligados ao Partido dos Trabalhadores (PT) para integrar a equipe do BNDES - aqui ele se referia a Marcos Barbosa Pinto, diretor de Mercado de Capitais do BNDES. Todavia, como se sabe, Levy também estava ligado ao PT em anos anteriores.
O presidente da Câmara, mesmo lamentando o ocorrido, garantiu que a crise gerada em torno da saída de Levy não afetaria o cronograma proposto da reforma da Previdência, questão prevista para ser discutida na Comissão Especial nesta terça-feira (18).
A demissão de Joaquim Levy
Joaquim Levy, ex-presidente do BNDES, pediu desligamento do cargo ao ministro Paulo Guedes que prontamente compreendeu.
É preciso evidenciar que o desligamento de Levy ocorreu após o presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, afirmar publicamente que Levy estava com “a cabeça a prêmio”. A declaração foi feita no último sábado (15), durante sua saída do Palácio da Alvorada para uma cerimônia militar em Santa Maria, no Rio Grande do Sul.
Na declaração, Bolsonaro afirmou que demitiria Joaquim Levy, caso Barbosa Pinto não fosse demitido da diretoria do Mercado de Capitais. O presidente disse ainda que não iria aceitar que pessoas denominadas por ele como “suspeitas” exercessem funções importantes dentro de seu Governo.
O presidente da República declarou acreditar que Levy não estava demonstrando lealdade ao seu governo há algum tempo, mostrando descontentamento com o até então presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
Após a fala do atual presidente do Brasil, Marcos Barbosa Pinto, o diretor de Mercado de Capitais do BNDES, também pediu demissão do cargo. Em carta, ele afirmou que estava deixando o cargo devido ao "descontentamento" manifestado pelo presidente com a sua nomeação.
O pedido de demissão de Joaquim Levy foi no último domingo (16), um dia após a ameaça feita por Bolsonaro, e em sua carta de demissão ele agradeceu o convite feito pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para que ele ocupasse o cargo e desejou que o ministro tivesse sucesso com as reformas.