Um país entra em crise econômica em razão de, basicamente, quatro fatores: quebra das instituições financeiras, adoecimento da população (impedindo que grande parte dos trabalhadores não produza), quebra de safra e envolvimento em guerras. Como sabemos, nenhum desses fatores acometeu o Brasil nas décadas recentes. E, ainda assim, o governo insiste em dizer que estamos em “crise”
Ex-auditora da Receita Federal apresentou teoria
Maria Lúcia Fatorelli, que atuou como Assessora Técnica da Comissão Parlamentar de Inquérito CPI da Dívida Pública na Câmara dos Deputados Federais em Brasília (2009-2010) e Auditora Fiscal da Receita Federal do Brasil entre os anos de 1982 a 2010, além de ter sido convidada pelos governos equatoriano e grego para auxiliar os países a saírem de suas crises financeiras, apresenta com dados e fatos as razões de a nossa nação estar em uma “crise”.
A ex auditora, que já palestrou para deputados e senadores em Brasília, explica como o governo Bolsonaro está propondo algo que irá prejudicar o Brasil e não beneficiar, como está divulgado. Maria Lúcia explicou a situação em uma entrevista para a revista Fórum.
Hoje, no Brasil, existe um mecanismo chamado “remuneração de reserva bancária” que, em português claro, significa o pagamento de toda a sobra de caixa dos bancos, que podem simplesmente depositar no Banco Central e, sem risco algum, receber a remuneração desejada. Ou seja, é a troca da sobra de caixa por títulos da dívida pública, sendo paga com os juros mais elevados do planeta!
Para explicar melhor: por praticarem os juros mais abusivos do planeta, os bancos brasileiros não “conseguem” emprestar o seu dinheiro para empresários ou trabalhadores.
Todavia, eles não tomam prejuízo, pois o Banco Central permite que a sobra seja depositada na sua conta em troca de títulos públicos. São os pagamentos desses títulos que estão causando um enorme rombo nos cofres. Esses mecanismos é que fabricaram a “crise” atual e fizeram a dívida pública explodir. A proposta da PEC 6/2019 não ataca esses problemas, pelo contrário, retira dinheiro da população e aprofundará ainda mais a crise.
Em teoria, o país têm recursos financeiros suficientes para resolver isso. Em dezembro de 2018, por exemplo:
- R$ 1,27 TRILHÃO no caixa do Tesouro Nacional;
- R$ 1,13 TRILHÃO no caixa do Banco Central;
- US$ 375 bilhões em Reservas Internacionais.
O Brasil deveria estar em outro patamar de desenvolvimento socioeconômico, mas a subserviência aos interesses financeiros, exigem que toda essa montanha de dinheiro sirva ao Sistema da Dívida.
Ou seja, a prática de taxas de juros absurdamente elevadas e injustificáveis, que provocam o crescimento da própria dívida pública, devido à emissão de títulos para pagar juros (o que é inconstitucional inclusive).