Nesta terça-feira (4), o ministro da Economia, Paulo Guedes, irritou-se durante uma audiência pública realizada na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara dos Deputados após uma insinuação de que sua irmã, Elizabeth Guedes, seria beneficiada com o contingenciamento de recursos da educação, que afetaria diretamente as universidades federais do país.

Pelo fato de Elizabeth Guedes ser vice-presidente da Associação Nacional das Universidades Privadas, seu nome foi citado como motivadora do contingenciamento.

Guedes, por sua vez, irritou-se com a suposição e afirmou que a acusação era algo desumano, pois ele não havia realizado nenhuma reunião com sua irmã e nem com o Ministério da Educação para tratar a respeito do contingenciamento.

"Isso é desumano. Minha irmã mora aqui, eu cheguei há cinco meses e nunca saí para almoçar ou jantar com ela", disse o ministro.

Guedes se exaltou durante a sua fala sobre essa questão e falou que indagar a respeito de sua irmã era uma loucura e que os políticos estavam habituados a "desrespeitar respeitosamente".

A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) falou durante a audiência que o Governo Bolsonaro estava mentindo a respeito da proposta da Previdência e em seguida originou-se um bate-boca entre os políticos da oposição e do governo. Paulo Guedes se recusou a comentar sobre a fala da deputada.

Clima tenso e bate-boca em audiência

O ministro Paulo Guedes participou de uma audiência após ter sido convocado pelo colegiado para explicar quais seriam os impactos econômicos e financeiros ocasionados pela reforma da Previdência (PEC 6/19).

O objetivo da audiência era esclarecer os principais pontos da reforma, mas foi presenciado ao longo da audiência um clima de tensão e Paulo Guedes chegou a se exaltar ao responder questionamentos feitos pelo deputado Rui Falcão (PT-SP). O parlamentar petista fez questionamentos a respeito das investigações contra Guedes relacionadas a fundo de pensão.

Em contrapartida, o ministro se irritou com as perguntas do deputado e afirmou que a sua experiência consistiu no levantamento de fundos de investimentos, e perguntou se o deputado estava preocupado com quem havia derrubado fundos.

Guedes também foi questionado a respeito de quais seriam os privilégios cortados com a aprovação da reforma da Previdência.

Como resposta ele alfinetou os políticos ao afirmar que o salário de um funcionário do Legislativo é 20 vezes maior do que a média do INSS e que é isso que ele considera como privilégio. Ele disse ainda que com a reforma esse privilégio seria extinto, pois os políticos iriam se aposentar pelo teto do INSS.