Além do celular do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, foi divulgado pelo Governo, após a prisão de supostos hackers na última terça-feira (23), que os celulares do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), também foram hackeados.

Bolsonaro está em visita a Manaus (AM). Ao ser questionado pela imprensa sobre a suposta invasão feita pelos hackers, informação divulgada pelo Ministério da Justiça nesta quinta-feira (25), o presidente deu a entender que já suspeitava de que alguém eventualmente estivesse hackeado seus celulares: "eu achar que meu telefone não estava sendo monitorado por alguém seria muita infantilidade".

O presidente disse que por ser um capitão do Exército e conhecedor da questão da inteligência sempre tomou cuidado e, por isso, conversas de extrema importância não eram passadas através do telefone.

Bolsonaro afirmou que a notícia de ter sido hackeado não lhe deixa preocupado, pois, segundo ele, não há nada que lhe comprometa, está tudo sob controle e que foi perda de tempo dos criminosos ter lhe hackeado. O presidente disse também que conversas com outros chefes de estado e assuntos estratégicos do país são discutidos apenas presencialmente, em seu gabinete.

Na época em que o site The Intercept Brasil começou a divulgar mensagens trocadas pelo aplicativo Telegram entre Moro e o procurador da Lava-Jato Deltan Dallagnol, Bolsonaro foi orientado pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) a usar um telefone criptografado para se comunicar, mas se recursou a fazê-lo e afirmou na ocasião não ter "nada a esconder".

Celulares invadidos

O presidente Jair Bolsonaro foi informado pelo ministro Moro de que seus celulares também teriam sido invadidos, durante uma reunião na manhã da última quarta-feira (24). As informações teriam sido passadas ao ministro pela PF.

A PF vai aprofundar as investigações para saber a gravidade dos crimes cometidos pelos supostos hackers.

Não se sabe com certeza quando os celulares do presidente teriam sido hackeados. O Ministério da Justiça ainda não tem certeza se os conteúdos dos celulares do presidente chegaram a ser extraídos pelos criminosos.

Durante as investigações a PF constatou que quase mil pessoas teriam sido alvos dos criminosos. Todas elas teriam tido suas conversas no aplicativo Telegram hackeadas.

Fontes da PF dizem que entre as vítimas estão autoridades dos três Poderes e também jornalistas. Segundo a PF, também será investigado se os celulares do ministro da Economia, Paulo Guedes, também foram alvo desse grupo.