Após a instalação da Comissão Parlamentar de Investigação (CPI) da Covid, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) criticou o presidente do Sendo, Rodrigo Pacheco (DEM), ao dizer que foi uma atitude ingrata do democrata instalar a comissão sem perguntar a opinião de outros senadores.

Durante o momento em que fazia críticas à instalação da CPI, Flávio chegou a defender as medidas protetivas contra a Covid-19 que já foram negadas por seu pai, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Bolsonaro já foi flagrado por diversas vezes sem máscaras em eventos públicos, abraçando simpatizantes e causando aglomerações em ambientes fechados.

O senador disse isso após saber que algumas sessões da CPI serão presenciais.

Críticas ao relator da CPI

Flávio criticou também o relator da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), por ele não ter recusado a relatoria. O ataque contra Renan se deu porque foram incluídos na investigação os estados, e o relator é pai de Renan Filho (MDB), que governa Alagoas.

O filho do presidente questionou Renan sobre sua maneira de julgar quanto à parcialidade caso o filho do senador seja alvo das apurações.

Antes de ser escolhido como relator, Renan disse que se declarará parcial para relatar eventuais casos que envolverem o estado de Alagoas.

Críticas ao presidente do Senado

Um dos maiores motivos para Flávio criticar Pacheco é o apoio que a família Bolsonaro prestou a ele durante a campanha para a presidência do Senado.

Pacheco sempre demonstrou ser contra a CPI da Covid, mas teve que abrir o inquérito após o Supremo Tribunal Federal (STF) exigir que fosse instaurado.

Já o STF atendeu a ação apresentada por parlamentares da oposição que conseguiram colher assinaturas de mais de um terço dos senadores, requisito mínimo para ser acatada.

O Planalto, por outro lado, tentou fazer com que a CPI não acontecesse ou pelo menos que fosse adiada.

O filho do presidente ressaltou também que Pacheco foi “ingrato” ao deixar que a comissão fosse instaurada sem falar com outros parlamentares.

Flávio disse que ele é uma pessoa e Bolsonaro é outra, pois os dois possuem documentos diferentes e que em sua opinião Pacheco foi ingrato e faltou com a consideração sobre não consultar os outros senadores que queriam expor seus pontos de vista sobre o momento certo para abrir o inquérito.

Defesa a medidas sanitárias

Outro ponto ressaltado pelo senador foi a questão da existência de sessões presenciais e defendeu a sugestão dada por Eduardo Gomes (MDB-TO), que é contra a ideia.

Flávio disse que Pacheco estaria agindo de forma irresponsável ao realizar sessões presenciais e ressaltou que mortes de parlamentares e funcionários do Congresso em decorrência da Covid-19 poderiam ocorrer, visto que nem todos estão imunizados contra o vírus.

O senador falou também que a CPI seria uma boa oportunidade para o Governo federal falar sobre os feitos que realizou para combater a Covid-19, mas ressaltou que o momento não é ideal.