Nessa terça-feira (30), houve uma discussão no programa "Morning Show", veiculado na rádio Jovem Pan, entre o apresentador e âncora Edgard Piccoli e o comentarista Caio Coppolla. A discussão começou quando Coppolla fez um comentário sobre a fala do presidente Jair Bolsonaro (PSL) sobre o pai do presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), morto durante o regime militar (1964-1985).

O perfil do Twitter Isentões, para justificar o apoio a Coppolla, criticou Edgard, sugerindo que o apresentador teria recebido uma quantia de verba do Governo federal em 2017.

Segundo disse o perfil, não viu em nenhum momento Edgard fazer alguma crítica tantas vezes aos governos anteriores a esse. E perguntou se o apresentador e ex-VJ da MTV ficou triste por não mais receber o que chamou de “boquinha” do governo federal.

Em resposta, Edgard afirmou que vai processar o perfil por levantar calúnia e difamação, porque o conteúdo que os Isentões fez menção foi uma campanha do Ministério da Saúde veiculada na rádio. Escreveu Piccoli em seu perfil que o Isentões tinha acabado de cometer um delito e que os responsáveis iriam “pagar” por meio da lei. Edgard disse ainda que tudo tinha sido printado e informou que essa ação do Ministério da Saúde foi realizada pela rádio no programa "Morning Show" e seu cachê foi apenas uma pequena fração daquilo que foi editado e postado pelo perfil.

Um outro perfil que também apoia o governo, Ódio do Bem, apoiou a crítica a Edgard e ainda endossou perguntando, qual o crime que o perfil Isentões havia cometido por divulgar um print, que chamou de informação pública. O perfil Ódio do Bem chamou o apresentador de doido. Picolli respondeu que o perfil fez calúnia e difamou ao ligar ele e a empresa na qual trabalha a um valor recebido que não foi verdadeiro.

Entenda o caso

Toda celeuma no Twitter e até o surgimento da hashtag #somostodosCaioCoppolla, começou na manhã da última terça-feira (30), quando teve um “barraco” entre o âncora Edgard Piccoli e o comentarista Caio Coppolla.

Os dois comunicadores, que ficaram com os ânimos mais elevados, estavam discutindo a provocação que o presidente Jair Bolsonaro fez para o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, dizendo que sabia das circunstâncias que levaram à morte do pai dele durante o regime militar.

Em crítica à fala de Bolsonaro, Caio Coppolla colocou como um “golpe baixo”. Segundo o comentarista, o presidente é um sujeito que tem a oportunidade de dar direção a atenção para questões mais importantes. Mas também fez críticas no trecho da nota publicada pelo presidente da OAB, que afirmou que se tratava de uma versão “canhota” do “universo das narrativas”.

Logo depois da conclusão de Coppolla, Edgard falou e explicou que ele estava relativizando a situação e fazendo uma justificativa usando um outro erro do passado.

Defendeu o apresentador que Caio estava tirando o verdadeiro entendimento da coisa toda. Ainda disse Edgard, que é “revoltante” o que Bolsonaro disse e não se pode “passar pano” e tentar fazer uma relativização da fala dele.

Piccoli continuou e afirmou que a fala do presidente era ruim e não poderia ficar como a imagem de representação de todo o Brasil. O âncora completou dizendo que Bolsonaro era um presidente de todos os brasileiros e ainda continua falando para um pequeno grupo, e que por incrível que possa parecer muitas pessoas apoiam esse tipo de fala. Ele concluiu dizendo que se trata de uma fala de um “tirano” e um “déspota”, e não de um presidente da República.

Com essa fala de Edgar, Caio reafirmou o que disse acerca do caso, que se tratava de uma “grosseria” e não é nenhum crime de responsabilidade.

Assim, falou que Edgard só enxergava aquilo que ele queria enxergar e que o que ele estava falando seria muito mais “complexo” do que todas as falas de “lacração”. Coppolla terminou dizendo que seria muito difícil tentar falar e Edgard, segundo ele, ficava lhe interrompendo, de forma autoritária.

Após disso, Edgard disse que Caio nunca participa dos debates e apenas faz monólogos, como um “latifúndio de fala”. Por sua vez, Caio respondeu que seria melhor ter um latifúndio de dizeres que um “deserto de ideias”.