A corrente majoritária dentro do PT, Construindo um Novo Brasil (CNB), começou a aumentar nos últimos dias a pressão para que o candidato derrotado à Presidência da República, Fernando Haddad, assuma o comando do partido.

No entanto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cumpre pena por corrupção e lavagem de dinheiro na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, defende que a liderança da sigla continue nas mãos da deputada federal Gleisi Hoffmann (PR). A nomeação do novo presidente do partido será realizada em um eleição no próximo mês de novembro.

A CNB vê Haddad com capacidade de trazer algo novo para o PT. Conforme divulgado pelo jornal O Globo, um integrante desse grupo chegou a dizer que com Haddad na direção o PT poderia ressurgir e um novo projeto ser construído para a volta ao poder.

Lula até o momento não foi confrontado pela corrente majoritária. O lema deles, por enquanto, é não tornar público esse desejo para que não haja discórdias envolvendo opiniões diferentes no partido.

Gleisi Hoffmann, por sua vez, tem intenção de continuar no comando do PT. Ainda segundo o integrante do CNB entrevistado pelo jornal O Globo, com Gleisi a legenda se limita a fazer "resistência".

Esperança de Lula

Lula já está preso há mais de um ano em Curitiba, alvo da ação penal que envolveu um triplex situado na cidade de Guarujá, no litoral de São Paulo.

O petista ainda tem esperança de que o Supremo Tribunal Federal (STF) autorize a sua liberdade após análises de recursos impetrados pela defesa.

Os advogados do ex-presidente entraram com um pedido de suspeição do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, que na época era o juiz responsável por esse caso. Conversas entre o ex-magistrado e o procurador da República Deltan Dallagnol foram divulgadas pelo site The Intercept Brasil, em parceria com revista Veja e a Folha de S.Paulo.

Para os advogados de Lula, os diálogos vazados mostram uma suposta parcialidade de Moro em suas decisões.

Ao voltar de recesso, a Segunda Turma da Corte pode decidir sobre esse caso. Vale ressaltar que a Segunda Turma agora tem no comando a ministra Cármen Lúcia, que já tomou várias decisões contrários ao líder do PT.

Especialistas

O portal UOL entrevistou alguns especialistas para saber o que acham disso. Eles acreditam que julgar um juiz como suspeito é algo raro na Justiça Brasileira. Segundo as informações, apenas casos excepcionais são anulados por cortes superiores acerca de juízes que foram acusados de serem parciais. O advogado Antonio Cláudio Mariz declarou: "realmente é muito difícil".